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Colômbia: Gustavo Petro pede a ministros que deixem cargos após "bronca" em reunião

10/02/2025 08h31

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu neste domingo (9) a seus ministros e outros funcionários de alto escalão que pedissem demissão. Na terça-feira passada, uma reunião do Conselho de Ministros evidenciou as divergências entre osintegrantes do governo colombiano.
 

Durante o encontro, que durou mais de cinco horas e foi transmitido ao vivo pela televisão, o presidente colombiano deu uma "bronca" em quase todos os ministros pela falta de progresso na implementação dos projetos do governo. Gustavo Preto chegou ao poder em 2022 com um programa de reforma social ambicioso.

"Solicitei a renúncia formal de ministras, ministros e diretores de departamentos administrativos. Haverá algumas mudanças no gabinete para alcançar maior alinhamento com o programa esperado pelo povo", escreveu Petro neste domingo no X.

Antes do anúncio do presidente, a ministra de Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, anfitriã da COP16 no ano passado, já havia apresentado sua renúncia.

Na reunião, alguns funcionários, incluindo a vice-presidente Francia Márquez, aproveitaram a ocasião para manifestar ao chefe de Estado sua rejeição à indicação de Armando Benedetti como chefe de gabinete, e de Laura Sarabia como chanceler.

Benedetti está sendo investigado por supostas irregularidades no financiamento da campanha presidencial e enfrenta uma denúncia por violência de gênero. Atualmente, ele é responsável pela agenda do presidente.

"Como feminista e como mulher, não posso me sentar à mesa com Armando Benedetti", disse Susana Muhamad. A agora ex-ministra de Meio Ambiente é considerada uma possível sucessora do projeto político progressista de Gustavo Petro, que deve deixar o poder em 2026.

Escândalo de corrupção

A jovem Laura Sarabia, que teve uma rápida ascensão no governo e ocupou diversos cargos no alto escalão, foi citada na investigação do maior escândalo de corrupção no governo por desvio de recursos públicos. Ela também esteve envolvida em um caso por supostas escutas ilegais contra sua babá.

A chanceler assumiu o comando do Ministério das Relações Exteriores em meio a uma crise diplomática com o governo de Donald Trump. Petro se recusou a receber um avião americano com deportados colombianos, mas acabou voltando atrás.

Além de Susana Muhamad, outros integrantes do governo Petro já tinham deixado o governo após o Conselho de Ministros de terça-feira da semana passada. Na noite de domingo, a ministra do Trabalho, Gloria Ramírez, anunciou sua "renúncia irrevogável" do cargo em sua conta no X. "A política deve transitar sem ambiguidades", escreveu na carta de renúncia.

Entre os pedidos de demissão ocorridos durante a semana, estão o de Jorge Rojas, chefe do DAPRE, entidade que recebe grande quantidade de recursos do Estado, o do ministro da Cultura, Juan David Correa, e da secretária jurídica da Presidência, Paula Robledo.

Com informações da AFP

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