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China espera que Dalai Lama possa "retornar ao caminho certo", equipe dele rejeita pré-condições

10/02/2025 09h59

Por Colleen Howe e Krishna N. Das

PEQUIM/NOVA DÉLHI (Reuters) - A China espera que o Dalai Lama possa "retornar ao caminho certo" e está aberta a discussões sobre seu futuro, desde que certas condições sejam atendidas, disse Pequim na segunda-feira, uma proposta rejeitada pelo Parlamento tibetano no exílio na Índia.

O líder exilado do budismo tibetano, que completa 90 anos em julho, fugiu do Tibete em 1959 para a Índia após um levante fracassado contra o domínio chinês, mas expressou o desejo de retornar antes de morrer.

A China está aberta a conversações sobre o futuro do ganhador do Prêmio Nobel da Paz, desde que ele abandone sua posição de dividir a "pátria mãe", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Guo Jiakun.

Guo estava respondendo a um pedido de comentário sobre a morte do irmão mais velho do líder espiritual, Gyalo Thondup, que anteriormente atuou como seu enviado não oficial em conversas com autoridades chinesas.

Gyalo Thondup morreu no sábado, aos 97 anos, em sua casa na cidade indiana de Kalimpong.

O Dalai Lama precisa reconhecer abertamente que Tibete e Taiwan são partes inalienáveis da China, cujo único governo legal é o da República Popular da China, disse Guo, usando o nome oficial do país.

Mas a vice-presidente do Parlamento tibetano no exílio, Dolma Tsering Teykhang, rejeitou as pré-condições.

"Não é possível que Sua Santidade diga mentiras, isso não vai acontecer", disse ela da cidade indiana de Dharamshala, no Himalaia, onde o Dalai Lama também vive.

O Dalai Lama renunciou em 2011 como líder político do governo tibetano no exílio, que Pequim não reconhece. As conversações oficiais com seus representantes foram interrompidas desde então, mas Teykhang disse que as discussões por canais alternativos estavam em andamento, recusando-se a dar detalhes.

À medida que o Dalai Lama envelhece, a questão de seu sucessor também se torna cada vez mais urgente. A China insiste que escolherá seu sucessor.

Mas o Dalai Lama diz que esclarecerá questões sobre a sucessão, como se e onde ele reencarnará, de acordo com a crença budista tibetana, por ocasião de seu 90º aniversário em julho.

Em um breve encontro com a Reuters em dezembro, ele disse que poderia viver 110 anos.

Teykhang, que nasceu no Tibete, disse que tem esperança de que o Dalai Lama possa voltar para casa, graças aos esforços das pessoas dentro da China.

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