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Ameaçado de impeachment, Klaus Iohannis, presidente da Rômenia, deixa o cargo

10/02/2025 11h10

O presidente romeno, Klaus Iohannis, anunciou sua renúncia nesta segunda-feira (10) durante um discurso solene em Bucareste. "Para poupar a Romênia desta crise desnecessária e negativa, estou renunciando à presidência", disse o chefe de Estado romeno à imprensa. Ele deixará o cargo oficialmente na quarta-feira (12).
 

Em 6 de dezembro, a Corte Constitucional da Romênia cancelou o primeiro turno da eleição presidencial, que deu a vitória ao candidato de extrema direita Calin Georgescu, que teve 23% dos votos após uma campanha ativa nas redes sociais.

Segundo o serviço de inteligência romeno, há suspeitas de interferência russa no pleito. As autoridades acusam Georgescu de ter se beneficiado de uma campanha de apoio ilícito no TikTok. A Comissão Europeia anunciou a abertura de um inquérito.

Após uma decisão Tribunal Superior, o chefe de Estado liberal e pró-europeu de 65 anos deveria ficar no cargo até eleição de seu sucessor, marcada para 4 e 18 de maio. Seu segundo e último mandato expirou em 21 de dezembro.

Desde então, dezenas de milhares de romenos foram às ruas para denunciar um "golpe de Estado". 

O presidente do Senado e líder da coalizão governista do Partido Liberal, Ilie Bolojan, assumirá a presidência interina com poderes limitados até as eleições de maio.

Extrema direita comemora renúncia 

Três partidos de oposição de extrema-direita, que controlam cerca de 35% dos assentos no Parlamento, iniciaram um processo de impeachment contra o chefe de Estado em janeiro.

Segundo analistas, diante da impopularidade de Klaus Iohannis, alguns parlamentares dos principais partidos pró-europeus não descartaram a hipóteses de dar à direita radical a maioria necessária para o impeachment.

"Em poucos dias, o Parlamento romeno votará minha demissão e a Romênia mergulhará em outra crise com repercussões no país e, infelizmente, também fora de nossas fronteiras", explicou o presidente antes de anunciar sua renúncia.

No poder desde 2014, Iohannis lamentou que a situação tenha chegado a esse ponto, e disse que "nunca desrespeitou a Constituição".  A extrema direita comemorou a renúncia. "Esta é a sua vitória!", disse o líder do partido AUR, George Simion, no Facebook, referindo-se aos recentes protestos. "Agora é hora de focar no segundo turno."

Com informações da AFP    

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