À PF, governador de SC recua sobre contato entre Bolsonaro e Valdemar

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), afirmou à Polícia Federal ter errado o tempo verbal ao afirmar em uma entrevista à rádio Jovem Pan que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, "conversam muito". Os dois estão proibidos de manter contato por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O que aconteceu
Governador foi intimado a depor após a repercussão da entrevista. Aliado de ambos, Jorginho Mello afirmou: "E o nosso presidente Valdemar conversa muito com o presidente Bolsonaro". Em depoimento à Polícia Federal na última quarta-feira (5), ele disse que cometeu um "equívoco" em relação ao tempo do verbo conversar e disse que não presenciou nenhum diálogo dos dois após 8 de janeiro de 2024, data em que foi proibido o contato entre eles.
Depoimento foi encaminhado a Moraes. Jorginho Mello falou ao delegado da PF Itawan de Oliveira.
Que cometeu um equivoco quanto ao verbo 'conversar'; que na verdade quis dizer que VALDEMAR DA COSTA NETO e JAIR BOLSONARO conversavam muito na sede do Partido Liberal antes da concessão da medida cautelar pelo STF; QUE se referiu a uma questão passada e não atual.
Jorginho Mello à PF
Alexandre de Moraes proibiu Valdemar e Bolsonaro de se comunicarem. A determinação foi dada no âmbito da Operação Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro do ano passado pela Polícia Federal para investigar uma suposta organização criminosa que teria atuado em uma tentativa de golpe para manter Bolsonaro na Presidência da República.
Estratégias para evitar encontros. Em eventos políticos com presença de Bolsonaro e Valdemar, eles têm chegado em horários diferentes para não se encontrar e se revezado no palco na hora de fazer discursos.
Valdemar e Bolsonaro foram indiciados pela PF no inquérito do golpe. Eles são suspeitos de integrar a organização que teria planejado um golpe de Estado para que Lula (PT), eleito presidente em 2022, não assumisse o cargo. Outras 38 pessoas também foram indiciadas no inquérito. A PGR (Procuradoria-Geral da República) ainda não decidiu sobre a denúncia dos envolvidos, o que deve acontecer ainda neste mês.