Israel confirma libertação de três reféns presos na Faixa de Gaza neste sábado
Israel confirmou nesta sexta-feira (7) que recebeu uma lista de três homens mantidos como reféns pelo Hamas em Gaza, que devem ser libertados neste sábado (8) em troca de prisioneiros palestinos. Esta é a quinta troca desde que a trégua entrou em vigor em 19 de janeiro.
A ONG Fórum das Famílias de Israel confirmou a libertação de Levy, 33 anos na época de sua captura em 7 de outubro de 2023, Eli Sharabi, 51, e o israelense-alemão Ohad Ben Ami, 55.
De acordo com a ONG Clube de Prisioneiros Palestinos, em contrapartida, 183 palestinos vão deixar as prisões de Israel. Entre eles, "18 prisioneiros condenados à morte, 54 condenados a longas penas e 111 presos em Gaza depois de 7 de outubro", declarou Amani Sarahneh, porta-voz do clube.
A libertação dos reféns também foi confirmada pela Brigada Izz ad-Din al-Qassam, o braço armado do Hamas, segundo o porta-voz do grupo Abu Obeida, que divulgou a informação no Telegram. Ele se recusou a confirmar as identidades dos três reféns.
Mais cedo, um porta-voz do Hamas acusou Israel de atrasar a entrada de equipamentos para a limpeza de escombros em Gaza. Segundo ele, o bloqueio estava afetando a retirada dos corpos de reféns "mortos, bombardeados por Israel".
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que está nos Estados Unidos, disse que ele acompanharia o processo de soltura dos reféns à distância. O acordo de trégua já resultou na libertação 18 reféns e cerca de 600 prisioneiros palestinos.
O objetivo, na primeira fase da trégua é que um total de 33 reféns sejam libertados. Pelo menos oito já morreram. Das 251 pessoas sequestradas durante o ataque de 7 de outubro que desencadeou a guerra, 76 ainda estão detidas em Gaza - pelo menos 34 já estariam mortas, de acordo com o Exército.
Limpeza étnica
As negociações indiretas entre o Hamas e Israel sobre a segunda fase do acordo começaram na terça-feira (4) no Catar, um dos três países que participam da mediação, junto com os Estados Unidos e o Egito, de acordo com um porta-voz do movimento palestino.
A segunda fase, que deve começar no início de março, deve levar à libertação de todos os reféns e ao fim definitivo da guerra em Gaza. Mas as declarações recentes de Donald Trump surpreenderam o mundo e podem prejudicar as negociações.
Segundo o presidente americano, Gaza será "entregue aos Estados Unidos por Israel no final dos combates". Até lá, os palestinos "já terão sido reassentados" em outras partes da região, principalmente no Egito e na Jordânia.
Ambos os países rejeitaram essa opção, o que provocou protestos internacionais. A ONU alertou contra qualquer "limpeza étnica". O acordo foi rejeitado pelo Hamas e pela Autoridade Palestina na Cisjordânia ocupada.
O plano acaba com a perspectiva, a longo prazo, de uma solução de dois Estados para resolver o conflito israelense-palestino, desde a criação do Estado de Israel em 1948.
Essa solução é defendida por grande parte da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, mas Israel se opõe firmemente a ela. Desde seu retorno à Casa Branca em 20 de janeiro, o presidente republicano multiplicou gestos de apoio incondicional a Israel.
Sanções contra TPI
O apoio mais recente de Trump, na quinta-feira, prevê sanções contra o Tribunal Penal Internacional (TPI), que ele acusou de ter "se envolvido em ações ilegais" contra "os Estados Unidos e nosso aliado Israel".
O TPI emitiu um mandado contra o premiê israelense e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, por suspeitas de crimes de guerra e crimes contra a humanidade durante a guerra em Gaza.
As sanções contra o Tribunal "aumentam o risco de impunidade para os crimes mais graves e ameaçam minar o Estado de Direito Internacional", denunciaram 79 membros do TPI.
Na quinta-feira, Israel disse que estava preparando um plano para uma saída "voluntária" dos moradores de Gaza. E seu ministro da Defesa, Israel Katz, ordenou que suas tropas não critiquem o plano.
O ataque de 7 de outubro resultou na morte de 1.210 pessoas do lado israelense, a maioria delas civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.
A ofensiva israelense deixou pelo menos 47.583 pessoas mortas em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
Com informações da AFP