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Chega, partido de extrema-direita de Portugal, é atingido por acusações contra 3 membros

07/02/2025 14h42

Por Andrei Khalip

LISBOA (Reuters) - Três membros seniores do partido de extrema-direita português Chega enfrentaram nas últimas duas semanas acusações de terem cometido um crime, ameaçando a imagem de "lei e ordem" que ajudou o Chega a se tornar a terceira maior força no Parlamento.

O líder do Chega, André Ventura, se distanciou dos três e prometeu tolerância zero com o crime em um partido cujo slogan é "Limpar Portugal".

Mas ele também reconheceu: "Não é um bom momento para o partido".

O Chega tem sido a terceira maior força no Parlamento do Estado-membro da Otan e da União Europeia desde 2022 e quadruplicou sua representação na Assembleia em uma eleição em março passado, quando conquistou 50 dos 230 assentos.

Sua incapacidade de converter sua força em um papel decisivo diminuiu sua autoridade, e uma pesquisa de opinião divulgada na quarta-feira mostrou que 42% das avaliações dos entrevistados sobre Ventura mudaram para pior no último mês, embora o impacto total das acusações criminais ainda esteja para ser visto.

No mês passado, promotores públicos indicaram o parlamentar Miguel Arruda como suspeito em um caso envolvendo um suposto roubo de malas da esteira de bagagens no aeroporto de Lisboa.

Arruda nega ter cometido irregularidades, dizendo que as imagens de CCTV que supostamente o mostram pegando uma mala podem ter sido geradas por inteligência artificial, mas deixou o Chega para atuar como membro independente do Parlamento até que sua imunidade seja levantada.

No último domingo, José Paulo Sousa, deputado regional do Chega na Assembleia Legislativa dos Açores, foi pego dirigindo embriagado, com o dobro da quantidade de álcool no sangue que é considerada crime.

Desde então, ele emitiu um pedido de desculpas pelo Facebook, dizendo que estava envergonhado e pronto para enfrentar as consequências.

Promotores também acusaram Nuno Pardal Ribeiro, vice-presidente do Chega para o distrito de Lisboa, de pagar conscientemente por sexo oral com um menor de idade, que tinha 15 anos na época -- um crime punível com até cinco anos de prisão.

O Ministério Público não o nomeou em um comunicado na quinta-feira, descrevendo as acusações, mas Pardal Ribeiro reconheceu aos jornais Expresso e Público que o comunicado se referia a ele e negou ter conhecimento de que o adolescente tinha menos de 18 anos na época do encontro de 2023.

A Reuters não conseguiu entrar em contato com Pardal Ribeiro, que apoiou publicamente uma proposta do Chega para castrar quimicamente pedófilos, para comentar.

"Um líder não escolhe o que acontece, mas escolhe como reagir ao que (aconteceu)", disse Ventura aos repórteres na quinta-feira.

"Se fosse meu pai, meu irmão, alguém da minha família ou amigos que cometessem crimes contra menores, eu defenderia a castração química para os abusadores."

((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC

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