Ativistas civis alemães obtêm vitória em processo eleitoral contra a Musk's X
Por Thomas Escritt
BERLIM (Reuters) - A plataforma de mídia social X, de Elon Musk, precisa divulgar informações que permitam o rastreio, por parte de pesquisadores, de disseminação de informações que influenciam as eleições na rede, determinou um tribunal alemão nesta sexta-feira.
O tribunal distrital de Berlim emitiu a decisão em resposta a um pedido de urgência apresentado no início desta semana por dois grupos de direitos civis que disseram precisar dos dados para rastrear a desinformação antes da eleição nacional prevista para 23 de fevereiro na Alemanha.
"Esperar mais tempo para ter acesso aos dados prejudicaria o projeto de pesquisa dos requerentes, já que o período imediatamente anterior à eleição é crucial", disse o tribunal em decisão vista pela Reuters.
O X não havia respondido a um pedido de informações do tribunal, acrescentou a decisão judicial, ordenando que a empresa arque as custas processuais no valor de 6.000 euros.
"Esse é um grande sucesso para a liberdade de pesquisa e para nossa democracia", disse Simone Ruf, advogada da Sociedade Alemã de Direitos Civis (GFF), uma das autoras da ação.
O X não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.
A GFF e a Democracy Reporting International argumentaram que o X tinha o dever, de acordo com a legislação europeia, de fornecer acesso facilmente pesquisável e agrupado a informações como alcance, compartilhamentos e curtidas de postagens -- informações teoricamente disponíveis ao se clicar laboriosamente em milhares de postagens, mas na prática impossíveis de acessar.
A decisão obriga o X a disponibilizar os dados a partir de agora até pouco depois da eleição.
A disseminação de desinformação no X é de particular interesse, dado o apoio de seu proprietário à Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, que está em segundo lugar nas pesquisas, atrás dos conservadores.
"Somente a AfD pode salvar a Alemanha", publicou Musk, magnata da Tesla e confidente de Trump, em janeiro, antes de conduzir uma entrevista ao vivo com a líder do partido, Alice Weidel.
(Reportagem de Thomas Escritt)