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Janeiro mais quente da história estoura meta do Acordo de Paris

Ekaterina Anisimova/AFP
Imagem: Ekaterina Anisimova/AFP
do UOL

Do UOL

06/02/2025 09h01

O mês passado foi o janeiro mais quente já registrado no mundo, segundo o observatório Copernicus, da União Europeia. A temperatura do planeta ficou 1,75ºC acima da média no período pré-industrial.

O índice superou o recorde anterior para o mês, atingido no ano passado, e ultrapassou a meta estabelecida pelo Acordo de Paris, que prevê limitar o aquecimento a 1,5ºC acima dos níveis do período pré-industrial.

A elevação da temperatura ocorre apesar do 'La Niña', fenômeno que tem um efeito de resfriamento. "Isso é um pouco surpreendente", disse Julien Nicolas, da agência de notícias France Presse.

"Não estamos vendo o efeito de resfriamento, ou pelo menos um freio temporário, na temperatura global que esperávamos ver."

No mês passado, o Copernicus afirmou que as temperaturas médias globais de 2023 e 2024 superaram em 1,5ºC os níveis pré-industriais pela primeira vez.

Israel: plano para deslocar palestinos

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ordenou hoje ao Exército que prepare um plano para a saída "voluntária" da população da Faixa de Gaza.

A iniciativa ocorre dois dias após Trump dizer que os EUA vão "tomar" o território e que os 2 milhões de palestinos que vivem na região deveriam ir para outros países. Katz celebrou "o plano audacioso de Trump".

As falas de Trump sofreram uma ampla condenação internacional, inclusive de aliados americanos, como o Reino Unido.

Ontem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse em reunião da organização que "é essencial evitar qualquer forma de limpeza étnica" e voltou a defender a criação de um Estado palestino.

Integrantes do primeiro escalão do governo americano, como o secretário de Estado, Marco Rubio, tentaram suavizar as declarações de Trump, dizendo que o deslocamento dos palestinos defendido pelo presidente seria temporário. No entanto, em conversa com jornalistas na Casa Branca, Trump afirmou que "todo mundo adora" a sua ideia.

Trump acena ao Irã

Donald Trump admitiu ontem voltar à mesa de negociações com o Irã sobre o programa nuclear de Teerã.

Em sua rede social Truth, Trump disse preferir um acordo nuclear com o Irã que possa ser verificado e "permita ao Irã crescer e prosperar pacificamente" a uma solução militar. "Notícias de que os EUA estão trabalhando com Israel para explodir o Irã em pedacinhos são muito exageradas."

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, disse que as preocupações dos EUA sobre o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã não eram uma questão complicada e poderiam ser resolvidas, dada "a oposição de Teerã às armas de destruição em massa".

Tanto o post de Trump como o comentário de Araqchi ocorrem um dia após o presidente americano ter afirmado, ao lado de Benjamin Netanyahu, que o Irã "não pode ter uma arma nuclear" e assinado um memorando restabelecendo uma política de "pressão máxima" contra o país.

Argentina anuncia saída da OMS

O governo argentino anunciou ontem que o país vai deixar a Organização Mundial da Saúde (OMS). O anúncio acontece duas semanas após Trump ter assinado, em decreto, a saída dos EUA da organização.

"Não permitiremos que uma organização internacional interfira em nossa soberania, muito menos na nossa saúde", disse o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni.

O texto da medida, assinado pelo presidente Milei, afirma que a OMS "promoveu quarentenas eternas sem respaldo científico quando teve de combater a pandemia da covid-19". Vários estudos científicos, porém, mostram que o isolamento salvou milhões de vidas.

Sem apresentar evidências, Milei afirmou que as decisões da OMS são resultados de "influência política".

Conflito no Congo deixa quase 3 mil mortos

Pelo menos 2,9 mil pessoas morreram nos últimos dias nos conflitos no leste da República Democrática do Congo (RDC), segundo a chefe-adjunta da missão da ONU no país, Vivian van de Perre.

O confronto opõe o grupo M23, liderado por tútsis congoleses e apoiado pela Ruanda, e tropas de Ruanda.

Ontem, o M23 lançou uma nova ofensiva e tomou mais uma cidade na província de Kivu do Sul, na fronteira com Ruanda. O ataque encerra um cessar-fogo autodeclarado pelo M23, às vésperas de um encontro de cúpula entre os presidentes dos dois países.

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