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México inicia envio de 10 mil militares para a fronteira com os EUA

04/02/2025 11h56

O México iniciou, na terça-feira (4), o envio de 10 mil militares para a fronteira com os Estados Unidos para frear o tráfico de drogas como parte do acordo para que o presidente americano, Donald Trump, suspenda a imposição de tarifas alfandegárias de 25% ao país vizinho.

"Já começaram a ser enviados [os militares]. O plano foi feito pelo general secretário [da Defesa] com sua equipe", disse a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, durante sua habitual coletiva de imprensa matinal.

A presidente disse, ainda, que os soldados foram mobilizados de outros estados que "não têm tanto problema de segurança", sem dar detalhes da operação.

"É uma mobilização que não deixa o resto do país sem segurança", acrescentou.

Ela disse, ainda, que o envio dos militares também ajudará a fortalecer as operações de segurança na fronteira norte, que tem sido sacudida pela violência vinculada ao crime organizado.

Com a mobilização das tropas, as autoridades dos dois países iniciaram uma operação conjunta na fronteiriça Ciudad Juárez para localizar um suposto túnel utilizado por migrantes para entrar nos Estados Unidos.

Na busca da terça-feira foi encontrada um sistema de drenagem pluvial que não desemboca no território americano, informou o governo do estado de Chihuahua. No dia 10 de janeiro, uma passagem subterrânea clandestino foi encontrada na região.

Durante a tarde, a AFP observou cerca de 300 militares no aeroporto de Mérida, no estado de Yucatán (sul), rumo à fronteiriça Mexicali, no estado da Baixa Califórnia.

Pela manhã, 250 efetivos da Guarda Nacional chegaram à fronteiriça Tijuana, de um total de 500 aguardados até o fim do dia.

Os agentes desembarcaram da aeronave com seu tradicional uniforme cinza e preto da corporação, para posteriormente saírem em caminhonetes com as insígnias da Guarda Nacional.

Na segunda-feira, o México se comprometeu com o governo de Donald Trump a enviar 10.000 militares para a fronteira com os Estados Unidos para conter o tráfico de drogas, particularmente o de fentanil, um opioide potente.

Trump, por sua vez, pausou por um mês a cobrança de tarifas de 25% sobre as exportações mexicanas, que havia anunciado no sábado, quando acusou o México e o Canadá, seus parceiros no tratado de livre comércio T-MEC, de permitir a entrada de migrantes irregulares e drogas em seu território.

O governo Trump inclusive acusou o México de ter uma "aliança" com cartéis do narcotráfico, o que Sheinbaum repudiou durante o fim de semana, qualificando a afirmação de "calúnia". 

Os Estados Unidos são o destino de mais de 80% das exportações mexicanas e por isso tarifas mais altas significariam um duro golpe para a segunda maior economia da América Latina, atrás apenas do Brasil.

yug/nn/mvv/aa/jc/am/fp

© Agence France-Presse

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