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OPINIÃO

Landim: Governo Lula se distancia de linha de tiro em briga EUA x China

do UOL

Colaboração para o UOL

04/02/2025 11h42

O governo federal tenta se manter distante e evitar qualquer envolvimento na briga comercial entre Estados Unidos e China, afirmou a colunista Raquel Landim no UOL News desta terça (4).

A tensão domina o clima entre as duas maiores potências mundiais. Em resposta rápida à decisão do presidente dos EUA Donald Trump de aumentar as taxas sobre produtos chineses, o governo de Xi Jinping também aplicou novas tarifas sobre mercadorias norte-americanas importadas pelo país asiático.

Falando um pouco do Brasil no meio desse jogo, o país ainda não está nessa linha de tiro. Trump faz esse movimento com a China em uma relação entre 'tapas e beijos': uma hora ele anuncia tarifas e em outra diz que vai negociar um acordo de comércio porque são dois mastodontes. Ele coloca dois parceiros próximos, México e Canadá, mais nessa linha de tiro.

O Brasil ainda não entrou diretamente nessa frente e tem tido o cuidado de entrar. Do lado chinês, claramente não vamos entrar; somos grandes fornecedores de matéria-prima e um parceiro muito estratégico. Trump também não nos colocou no meio dessa briga.

A diplomacia brasileira vem tentando tomar esse cuidado de não aumentar a retórica contra Trump. Toda vez que Lula fala sobre isso, diz que 'Trump foi eleito para cuidar dos EUA e eu cuidarei do Brasil'. O que o governo brasileiro vem fazendo é se distanciar dessa linha de tiro e, já que Trump é essa figura divisiva, procurar se aproximar de outros países como a China e até de maneira um pouco complicada da Rússia de Vladimir Putin. Raquel Landim, colunista do UOL

Para Landim, embora EUA e China troquem ameaças tarifárias, ambos sabem que não podem atacar o outro de forma tão incisiva por conta de suas fortes relações comerciais.

Não deixaria de haver uma resposta. Estamos vivendo hoje o que os analistas chamam de uma 'segunda guerra fria'. O movimento americano não deixaria de ter uma resposta equivalente do governo chinês.

Conseguimos perceber que são movimentos calculados. As tarifas não são tão grandes. Também se percebem movimentos calculados em empresas estratégicas. Ontem, houve um movimento do Canadá em relação à Starlink, de Elon Musk. Hoje, houve da China com o Google. São empresas próximas ao governo Trump, e que acabam incorrendo nesse ônus.

EUA e China são dos gigantes do comércio global e não podem deixar de responder, mas fazem movimentos calculados para não ter danos muito fortes em economias muito entrelaçadas. Raquel Landim, colunista do UOL

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