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Reunião entre Otan, UE e Reino Unido discute estratégias para reforçar defesa europeia

03/02/2025 10h14

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e os dirigentes de 27 países da União Europeia reúnem-se nesta segunda-feira (3), em Bruxelas, para discutir a defesa na Europa. O objetivo é analisar como o continente pode enfrentar a "agressividade" da Rússia e garantir sua própria segurança, após a chegada de Donald Trump ao poder.

Elena Louazon, correspondente da RFI em Bruxelas

A reunião não trará decisões concretas, mas visa definir um plano de ação e reconhecer a necessidade de uma maior autonomia para a defesa europeia.

Esta é a primeira vez que os 27 países europeus se reúnem desde a posse de Trump, em reunião é dedicada exclusivamente à defesa e que um líder britânico participa do encontro, desde o Brexit.

O retorno de Donald Trump à Casa Branca deu uma nova dimensão ao debate. Trump agora exige que os países europeus no mínimo dobrem seus gastos militares e reservem pelo menos 5% do PIB para alcançar essa meta.  

O magnata também prometeu encerrar rapidamente a guerra na Ucrânia e os europeus temem que Trump force Kiev a aceitar um acordo desfavorável.

Aumento da cooperação

O encontro deverá permitir o aumento da cooperação entre os Estados. Três grandes questões estarão no centro das discussões: o desenvolvimento da capacidade de defesa europeia, o aumento do financiamento das despesas militares e o fomento da relação entre a Otan e a União Europeia.

Os países europeus aumentaram seus orçamentos militares e reconhecem que estão sendo pouco reativos diante da ameaça russa, após a invasão da Ucrânia há três anos.

Embora exista um consenso sobre a necessidade de investir em defesa, ainda há divergências em relação à maneira como isso deve ser feito. Bruxelas estima que o bloco terá que investir € 500 bilhões de euros a mais no setor na próxima década.

Muitos países defendem um grande empréstimo europeu. Mas a Alemanha, que se prepara para as eleições parlamentares de 23 de fevereiro, não está disposta a se envolver nesse tipo de discussão. 

"Se não abordarmos a questão do financiamento, o risco é que esta reunião em Bruxelas não seja nada mais do que mera formalidade", disse um diplomata.

Dezenove países do bloco, incluindo França, Alemanha, Itália e Espanha, pediram ao Banco Europeu de Investimento (BEI) que forneça mais financiamento para o rearmamento para prevenir a ameaça russa.

Oriente Médio

Duas semanas após a chegada de Trump na Casa Branca, a reunião também acontece em meio à instabilidade da situação no Médio Oriente, aos ciberataques contra vários Estados da UE e às incertezas sobre a postura de Washington em relação à Otan e à Ucrânia.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, -que acaba de visitar várias capitais europeias, também espera a divulgação de um comunicado comum sobre os planos do republicano de anexar a Groenlândia, um território dependente de seu país.

(RFI e AFP)

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