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Nunes fala em oferecer até R$ 50 mil para moradores deixarem o Jd. Pantanal

do UOL

Do UOL, em São Paulo

03/02/2025 11h54

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu nesta segunda-feira (3) que a solução para os alagamentos que atingem moradores do bairro Jardim Pantanal, na zona leste da cidade, é desocupar o local.

O que aconteceu

Prefeito disse que uma das medidas em estudo é oferecer de R$ 20 mil a R$ 50 mil como incentivo ao morador que sair do bairro. A prefeitura também ajudaria na demolição de casas. "Pelo que eu vi, pela dimensão [do problema] e a localização [do bairro], que está há 30 anos com problemas, não vejo outra solução a não ser incentivar as pessoas a saírem daquele local", afirmou.

Nunes disse que ficou assustado ao realizar sobrevoo no bairro. "Havia crimes ambientais acontecendo de forma absurda, muitas pessoas fazendo locais de descarte de entulho, aterrando coisas. No próprio domingo, fizeram a condução para a delegacia de uma pessoa que havia jogado entulhos na várzea do rio Tietê."

Prefeito disse que há um pré-estudo para construção de um dique no bairro. Segundo ele, a obra é avaliada em R$ 1 bilhão. "É possível fazer um dique, mas precisa ter transparência", afirmou. Contudo, Nunes disse que "é impossível ir contra a natureza e conter o rio Tietê". Prefeito afirmou que as pessoas estão em um lugar de várzea "e a água não tem para onde ir e entra nas casas".

Ao lado de Nunes, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que é preciso investir em assistência imediata e soluções estruturais. Ele citou auxílios emergenciais como alimentação, abrigo, cobertor e remédios. Depois, o governador ressaltou que é necessário pensar em soluções estruturais. "Passamos o fim de semana inteiro com todas as bombas ligadas bombeando o Tietê, o Pinheiros para que a gente possa mitigar esse problema de cheias, mas não tem repercussão em São Miguel Paulista, Jardim Pantanal ou Itaquaquecetuba".

Tarcísio disse que é preciso investir em piscinões e citou construções nas zonas norte, leste e sul. "São obras importantes, mas não é suficiente. Tem muito o que ser feito, são anos de crescimento desenfreado, temos essa mudança climática e estamos estudando o que precisa ser feito", disse. Segundo ele, a cidade de São Paulo tem quase R$ 8 bilhões em obras de contenção de enchentes.

Governador criou recentemente o Conselho Estadual de Mudanças Climáticas. Colegiado será composto por 18 membros, de forma tripartite. Ou seja, terá integrantes da gestão estadual, sociedade civil e municípios. A iniciativa será liderada pelas secretarias de Casa Civil e do Meio Ambiente.

Nunes diz que não vai mudar plano de enchentes

Prefeito defendeu plano contra alagamentos após as fortes chuvas que atingiram São Paulo. Ele disse que não pretende mudar as políticas para prevenir a cidade dos efeitos das tempestades. De acordo com ele, a enchente de sexta-feira "teria sido uma tragédia" se a Prefeitura "não tivesse feito as obras de drenagem que já fez".

Na ocasião, o prefeito admitiu problemas de drenagem da Vila Madalena, que sofre com alagamentos. Ele defendeu a retomada de um projeto de construção de piscinão para a região. O método ajuda a reduzir enchentes, mas não funciona como único meio contra alagamentos, sobretudo, diante das mudanças causadas pelo aquecimento global. A Prefeitura mantém esse tipo de construção como principal medida de drenagem.

Prefeito disse que o município investiu R$ 7,6 bilhões em obras de drenagem. A gestão afirma ter investido ainda em canalizações de rios e construção de piscinões com projeção de capacidade para 100 anos — e contenção de encostas para evitar enchentes e deslizamentos nos últimos quatro anos.

Nunes disse que estão em obras oito novos piscinões na cidade. Entre eles, o do Rio Verde, na zona leste da cidade, que deve atender à principal demanda de drenagem da cidade hoje.

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