Topo
Notícias

Mãe de vítimas de arroz envenenado confessa ter matado a vizinha, diz TV

Arroz consumido pela família passou por perícia, que mostrou presença de substância encontrada no chumbinho - TV Globo/Reprodução
Arroz consumido pela família passou por perícia, que mostrou presença de substância encontrada no chumbinho Imagem: TV Globo/Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

03/02/2025 00h01

Maria dos Aflitos, suspeita de ter participado com o marido do envenenamento que levou à morte de 5 pessoas de sua própria família, confessou ter matado a vizinha Maria Jocilene da Silva com café envenenado.

O que aconteceu

Intenção de Maria dos Aflitos era fazer parecer que a vizinha tinha se suicidado e, assim, livrar o marido do crime. A suspeita disse que a vizinha, Maria Jocilene da Silva, de 41 anos, bebeu o café "sem ver". O depoimento foi revelado pelo programa Fantástico, da TV Globo.

O marido de Maria dos Aflitos, Francisco de Assis Pereira da Costa, foi o responsável pela morte por envenenamento de cinco pessoas. De acordo com o delegado Abimal Silva, esposa planejava que a morte de Jocilene, por envenenamento, parecesse um suicídio. O objetivo era atribuir a ela a culpa por todos os outros crimes, o que poderia levar à libertação de Francisco.

Casal queria se livrar da família. O secretário de Segurança Pública de Piauí, Chico Lucas, afirmou que ela e Francisco "queriam se livrar" da família. "Era uma situação de pobreza".

A reportagem do Fantástico também mostrou que livros nazistas foram encontrados sob posse de Francisco. Havia trechos grifados e um deles dizia que "venenos deviam ser sem gosto e sem cheiro".

Maria dos Aflitos disse que se arrepende "amargamente". A suspeita afirmou no depoimento que estava "cega de amor" e "via e fazia que não via" o que o marido fazia.

Maria dos Aflitos Silva, matriarca da família envenenada por pesticida no Piauí - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Maria dos Aflitos Silva, matriarca da família envenenada por pesticida no Piauí
Imagem: Reprodução/TV Globo

Relembre o caso

Cinco pessoas da mesma família morreram após comer arroz com veneno no dia 1º de janeiro. As vítimas fatais são Manoel Leandro da Silva, 18, sua irmã Francisca Maria da Silva, 32, e os filhos dela Maria Gabriela da Silva, 4, Davi Pereira Silva, 1, e Maria Lauane Fontenele, 3.

Outras quatro pessoas foram internadas, mas receberam alta. São elas uma criança de 11 anos (filha de Francisco), uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel e Francisca), além de Maria Jocilene e Francisco.

Francisco Assis foi preso por suspeita de envenenar família; delegado falou que homem 'nutria ódio' pelos enteados - Reprodução de vídeo - Reprodução de vídeo
Francisco Assis foi preso por suspeita de envenenar família; delegado falou que homem 'nutria ódio' pelos enteados
Imagem: Reprodução de vídeo

Francisco de Assis Pereira da Costa foi preso como suspeito. Ele foi acusado de envenenar a família com arroz contaminado por terbufós, um inseticida de alta toxicidade.

A casa onde o crime ocorreu abrigava 11 pessoas. Francisco vivia com sua esposa, Maria dos Aflitos, os seis filhos dela e três netos.

Desprezo e ódio pelos enteados são apontados como a principal motivação. Durante os depoimentos, Francisco teria descrito Francisca com termos depreciativos como "boba", "matuta" e "inútil". Ele também chamou os filhos de sua esposa de "primatas" e demonstrou incômodo constante com a presença deles.

Ele teria manifestado a raiva pela enteada no leito de morte. Segundo o delegado, Francisco não escondia o desprezo por Francisca, mesmo quando ela já estava gravemente debilitada no hospital. Esse comportamento reforça a hipótese de um crime premeditado e motivado por sentimentos de raiva.

Dois filhos de Francisca morreram em agosto

Uma análise pericial cinco meses após o crime apontou que os meninos da mesma família mortos em agosto passado foram envenenados com a mesma substância utilizada no arroz. O laudo foi divulgado pelo Fantástico, da TV Globo, e colocam uma nova suspeita sob Francisco de Assis da Costa, padrasto da mãe das crianças.

Ainda não há um elemento que o coloque diretamente na cena do crime, mas já há informação de que aquelas crianças teriam ingerido outro alimento que não o caju. Ou seja, há um fato novo e, havendo um fato novo, é preciso que se analise toda essa circunstância Silas Sereno Lopes, promotor de justiça, ao Fantástico

O laudo divulgado mostra que Lucélia Gonçalves, presa desde o ano passado acusada de envenenar e matar os dois meninos de 7 e 8 anos pode ter sido detida injustamente. Inicialmente, a investigação apontava que as mortes das crianças teriam ocorrido por conta do envenenamento de cajus em um pé no quintal da mulher, que era vizinha da família. Hipótese da presença de veneno nos cajus que as crianças comeram foi descartada.

Lucélia deixou a Penitenciária Feminina de Teresina no dia 13 de janeiro. Apesar da liberdade, ela não poderá voltar para a sua casa porque o local foi incendiado por vizinhos na época da repercussão do crime. Em entrevista coletiva na saída da prisão, o advogado da mulher, Sammai Cavalcante, frisou que ela sempre se declarou inocente e que agora será acolhida na casa de familiares.

*(Com Agência Brasil)

Notícias