Após 1 mês, jovem baleada pela PRF no RJ deixa CTI, diz família

A jovem Juliana Leite Rangel, 26, baleada na cabeça durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal na véspera de Natal, voltou a falar e deixou o CTI (Centro de Terapia Intensiva). A informação foi divulgada pela irmã, Jéssica, e Dayse, mãe da jovem, nas redes sociais.
O que aconteceu
Jovem está na enfermaria, confirmaram os familiares. A mãe relembrou que ontem completou um mês do caso e afirmou que Deus deu uma nova chance para ela e a família. "Naquele momento em que o carro estava sendo alvejado, eu achei que seria o nosso fim, mas Deus não se explica", acrescentou na publicação.
Irmã comemorou que Juliana voltou a falar. Jéssica explicou que a irmã tentou conversar anteriormente, mas tinha muita dificuldade. Todavia, neste sábado, ela conseguiu desenvolver as frases e perguntou: "Oi, Jéssica, estou falando. Cadê a minha sobrinha?". Ainda na quinta-feira (23), a jovem conseguiu falar "mãe, eu te amo", contou Dayse.
A genitora agradeceu pelas orações e afirmou que a filha está se recuperando diariamente. "Nossa Juju voltou", disse, emocionada.
Juliana está internada desde 24 de dezembro. A paciente está internada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias.
Relembre o caso
Jovem foi baleada na véspera de Natal. Juliana estava no carro com a família, a caminho de Niterói, para a ceia de Natal, quando foi atingida por disparos de agentes da PRF durante uma abordagem na Rodovia Washington Luís, no Rio de Janeiro.
O pai da vítima, Alexandre Rangel, disse que mais de 30 tiros foram disparados em série pelos agentes. Os policiais teriam alegado que abriram fogo porque o carro onde estava Juliana teria atirado primeiro.
Alexandre detalhou que também precisou deitar para se proteger. E, mesmo sem enxergar a pista, conseguiu conduzir o carro até o acostamento. "Eu falei que 'aqui tem família, aqui tem família'. Eles falaram: 'Vocês atiraram na gente'. Eu falei: 'Nem arma eu tenho. Como eu vou atirar em vocês se nem arma eu tenho? Eu só tenho família'", afirmou.
O superintendente geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, classificou o caso como "um evento traumático". Já o superintendente da PRF no Rio, Vitor Almada, confirmou que a patrulha era feita por três agentes —dois homens e uma mulher— que portavam dois fuzis e uma pistola automática. Os nomes dos policiais não foram informados. Por isso, a reportagem não conseguiu localizar a defesa dos envolvidos.
Conduta dos agentes é investigada em procedimento do Ministério Público Federal. O órgão abriu investigação no dia 25 de dezembro.
(Com Estadão Conteúdo)