O presidente americano, Donald Trump, põe em prática a política de "Choque e Pavor", imprime o discurso de ódio e trata todo imigrante como se fosse criminoso, opinou a colunista Andreza Matais no UOL News, do Canal UOL, neste sábado (25).
O Trump generalizou e está tratando todo mundo como criminoso. Todos que estão nos EUA, sendo legalizados ou não, devem estar sofrendo. Andreza Matais, colunista do UOL
Na última quarta (22), Trump fechou a fronteira e suspendeu o atendimento a imigrantes e refugiados, deixando milhares sem destino, conforme apontou o enviado especial do UOL Jamil Chade a Ciudad Acunã (México). O Pentágono também mobilizou mais de cinco mil soldados, em um sinal de que a nova administração pretende militarizar de forma inédita a região sul dos EUA.
O governo Trump afirmou ter prendido 538 pessoas que entraram irregularmente no país e deportado "centenas" em aviões do Exército, apenas quatro dias depois de tomar posse. Os números, contudo, não diferem muito das estatísticas do governo anterior liderado pelo democrata Joe Biden, que contabilizou 170 mil prisões em 2023, uma média de 467 por dia.
Ao Canal UOL, Andreza criticou as medidas adotadas por Trump, mas lembrou que parte do problema também é culpa da gestão anterior.
Esse discurso de ódio imposto por Trump é fruto de um governo fraco do [Joe] Biden. Se um governo está fraco, a população tende a botar qualquer 'maluco' para ver se resolve as coisas.
Essa política já está sendo colocada por alguns analistas como 'Choque e Pavor' [Shock and awe, em inglês]. Além do 'caça às bruxas' interno, você sinaliza: 'se pretende vir, não venha, porque o clima aqui não é para isso'. É um recado interno e externo. Andreza Matais, colunista do UOL
A doutrina do "Choque e Pavor" surgiu nos anos 1990, mas ganhou notoriedade durante a invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003. O objetivo da técnica era vencer o inimigo através do poder físico e psicológico, fazendo com que ele se sinta vulnerável e intimidado. Os americanos utilizaram a estratégia para desestabilizar o regime de Saddam Hussein.
Então, o Trump vai instigando as pessoas [com esse discurso de ódio]. Ele atua para instigar o pior lado das pessoas. E com isso vai atingindo várias camadas. Com esse ódio que ele vai gerando, uma hora explode. Andreza Matais, colunista do UOL
Professor: 'Hamas vê cessar-fogo como vitória; para Israel, difícil de engolir'
Em entrevista ao UOL News, o professor Michel Gherman, especialista em Oriente Médio, disse que o grupo extremista Hamas entende o acordo de cessar-fogo com Israel como uma espécie de "certificado de vitória".
[O Hamas enxerga o acordo como vitória porque,] afinal de contas, um dos elementos essenciais para a ofensiva de Israel em Gaza era a destruição do grupo que, agora, está negociando com Israel. Ou seja, há uma contradição aí, e mostra que um desses elementos não foi alcançado.
[Para Israel] é difícil engolir porque ele está negociando com um grupo que ele prometeu destruir, é difícil de engolir porque está dando concessões absurdas a um grupo que ele considerou fundamental a sua destruição. E também é difícil de engolir porque isso pode desequilibrar a base de coalisão do próprio de [Benjamin] Netanyahu [primeiro-ministro de Israel]. Então, assim, existe uma percepção diferenciada. Michel Gherman, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
O anúncio de acordo entre Israel e Hamas foi feito cerca de dez dias atrás. Foram 15 meses de guerra e mais de 45 mil mortos depois. O pacto, negociado com a participação do Qatar, prevê a troca de reféns e prisioneiros em diferentes etapas, assim como a desocupação gradual da Faixa de Gaza por parte das tropas israelenses.
Quatro jovens israelenses —Liri Albag, Karina Ariev, Daniella Gilboa e Naama Levy— foram libertadas pelo Hamas neste sábado. Imagens divulgadas pelo Exército de Israel registraram o momento em que elas se encontram com militares e a comemoração de suas famílias. Ainda hoje, Israel deverá libertar cerca de 200 prisioneiros palestinos
Assista ao trecho na íntegra:
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