Brasileiros deportados dos EUA cantam hino nacional ao dar entrada no país
Algemados e colocados num avião para serem expulsos dos Estados Unidos, os brasileiros deportados por Donald Trump cantaram o hino nacional ao serem recebidos por autoridades brasileiras neste sábado (25).
O que aconteceu
Eles estavam em Manaus esperando um voo da FAB para Belo Horizonte. O governo federal classificou como "desrespeito aos direitos fundamentais" o fato de os Estados Unidos algemarem os deportados.
A situação foi registrada logo que os passageiros desembarcaram da aeronave. O voo do governo americano tinha o aeroporto de Confins como destino final, mas uma parada não programada por questões técnicas ocorreu em Manaus no começo da noite de sexta-feira.
Logo que viram as algemas, policiais federais determinaram a remoção. Um aparato de recepção aos brasileiros foi montado no aeroporto. Um vídeo divulgado pelo Ministério da Justiça mostra os deportados sendo informados das providências a serem tomadas.
Foram fornecidas refeições e bebidas. Também houve cessão de colchões e acesso a banheiro com chuveiro. Os trâmites burocráticos de imigração foram realizados em Manaus.
As imagens divulgadas pelo ministério mostram que o hino foi cantado no mesmo local que as informações foram repassadas. A gravação é curta e contém somente os primeiros versos do hino sendo cantados por pessoas com celular e bagagem nas mãos.
Há uma divergência no número de deportados. O Ministério das Relações Exteriores fala em 88 brasileiros. O governo do Amazonas divulgou que são 79.
Lula envia avião da FAB
O presidente foi informado da situação na manhã de sábado e exigiu respostas. Por ordem dele, a FAB enviou um avião para fazer o trecho final da viagem, entre Manaus e Belo Horizonte. Antes, os passageiros precisariam esperar um avião a ser providenciado pelo governo americano.
Além de alimentação e acesso a chuveiro, profissionais de saúde da FAB foram disponibilizados. A decolagem do voo partindo de Manaus em direção a Belo Horizonte foi às 18h08 deste sábado.
O Ministério da Justiça reclamou das algemas. Por meio de nota, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que houve flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros.