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Família Sackler e empresa Purdue pagarão US$ 7,4 bi por crise de opioides nos EUA

23/01/2025 16h13

A família Sackler e sua empresa, Purdue Pharma, concordaram em pagar 7,4 bilhões de dólares (R$ 43,9 bilhões) para encerrar um processo gerado pela crise dos opioides, que tirou a vida de milhares de americanos, anunciou nesta quinta-feira (23) a procuradora-geral do estado de Nova York.

"Uma coalizão bipartidária de estados e outras partes, liderada pela Procuradoria-Geral [de Nova York], alcançou um acordo preliminar de 7,4 bilhões de dólares com os membros da família Sackler e sua empresa Purdue Pharma por seu papel instrumental na criação da crise dos opioides", afirmou a procuradora-geral Letitia James em comunicado.

Pelo acordo, que precisa receber a aprovação da justiça, a família Sackler pagará 6,5 bilhões de dólares (R$ 38,6 bilhões) em 15 anos, enquanto a Purdue vai desembolsar 900 milhões (R$ 5,3 bilhões).

Os Sackler foram acusados de promover seu poderoso analgésico OxyContin durante anos, mesmo sabendo que este medicamento era altamente viciante. A venda do produto rendeu bilhões de dólares.

"A família Sackler buscou incansavelmente o lucro às custas de pacientes vulneráveis e desempenhou um papel crucial no início e na disseminação da epidemia de opioides", destacou James no comunicado.

A crise dos opioides já causou mais de 500 mil mortes por overdose nos Estados Unidos, de acordo com as autoridades.

O acordo também põe fim ao controle da família sobre a Purdue, que não poderá mais vender opioides nos Estados Unidos.

Um conselho de administração eleito pelos estados participantes em consulta com outros credores determinará o futuro da empresa, que permanecerá sob supervisão e não poderá exercer pressão política.

Esse acordo é o maior já alcançado com indivíduos responsabilizados por contribuir para a crise dos opioides e surge após o Supremo Tribunal anular, em junho do ano passado, um outro acordo firmado com os Sackler e a Purdue em março de 2022, que isentava a família de toda responsabilidade legal.

Se o novo acordo for aprovado, parte do dinheiro será destinada a apoiar programas de tratamento, prevenção e recuperação do vício em opióides pelos próximos 15 anos, explicou James.

Parte dos recursos será destinada ao financiamento de programas de tratamento, prevenção e recuperação da dependência de opioides ao longo dos próximos 15 anos, detalhou James.

A Purdue e outros fabricantes de opioides foram acusados de promover a prescrição irrestrita de seus produtos por meio de táticas agressivas de marketing, enquanto ocultavam o alto potencial de dependência dos medicamentos.

Após uma avalanche de processos judiciais, a comercialização de opioides foi encerrada em 2018, enquanto a Purdue se declarou culpada de três acusações criminais relacionadas à comercialização do OxyContin três anos mais tarde.

Grandes distribuidores de medicamentos como CVS, Walgreens e Walmart, uma subsidiária da gigante de propaganda francesa Publicis e da empresa de consultoria McKinsey, também foram processados pelo seu papel na crise.

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© Agence France-Presse

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