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Recomeço da era dourada ou volta do pesadelo? Posse de Trump é destaque na imprensa francesa

21/01/2025 10h08

Declaração de estado de urgência na fronteira sul dos Estados Unidos, exploração de petróleo sem entraves, rebatizar o Golfo do México para Golfo da América, expulsão de milhares de imigrantes ilegais, designação de cartéis de drogas como grupos terroristas, uma possível retomada do Canal do Panamá e a conquista de Marte. Esses são alguns pontos do discurso de posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos que se destacaram no cenário internacional. 

"Triste espetáculo no Capitólio", descreve o jornal Libération nesta terça-feira (21) sobre a cerimônia de posse de Trump, que de acordo com a reportagem "não conteve os excessos e o rancor em relação ao seu predecessor". 

"Em um discurso com prenúncio de violência extrema, o presidente americano prometeu uma nova era de ouro a uma nação, segundo ele, em declínio", destaca o Libé, para quem "o pesadelo recomeça".

Trump prometeu "uma nação orgulhosa, próspera e livre", "mais forte do que nunca", "respeitada novamente no mundo": a "América em primeiro lugar". Eis a receita do novo ocupante da Casa Branca para o sucesso dos Estados Unidos. Um discurso feito para agradar alguns milionários doadores de campanha, continua o texto.

O jornal Le Figaro escreve que"Trump proclama a revolução do bom senso", destacando uma frase proferida pelo republicano e muito repetida pela imprensa internacional: o dia 20 de janeiro ficará marcado como "o dia da libertação". 

Trump retomou os principais temas de sua campanha eleitoral, começando pelas críticas a Joe Biden, segundo ele o responsável por "uma crise de confiança" no país. De acordo com suas palavras, a administração anterior "foi incapaz de proteger os cidadãos americanos e ofereceu proteção a criminosos, destruindo as fundações da sociedade".

Le Figaro citou as promessas de aumento de taxas para produtos importados: "em vez de taxar nossos cidadãos para enriquecer outros países, serão impostas taxas aos estrangeiros para enriquecer os americanos", disse o presidente. Outro tema mencionado foi a promessa de Trump de retirar a discussão de raça e de gênero de todos os aspectos da vida pública e privada. No plano internacional, Trump quis passar a ideia de um "pacificador", escreve o diário.

O jornal Le Monde observa que "os conflitos de interesses são o maior risco para a administração Trump". A reportagem cita o lançamento de uma criptomoeda com a efígie do presidente poucas horas antes da posse, quando sua cotação já passava dos 70 dólares. Para o diário francês, uma prova de que o político recém-nomeado "usa seu nome e poder para aumentar a própria fortuna".       

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