Canadá 'responderá' com firmeza se EUA impuser tarifas alfandegárias, diz premiê
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, advertiu, nesta terça-feira (21), que haverá uma forte resposta de seu país se o presidente americano, Donald Trump, impuser tarifas alfandegárias de 25% às importações do Canadá em fevereiro, como anunciou ao assumir o cargo, na véspera.
"O Canadá responderá e tudo está sobre a mesa", afirmou Trudeau em uma coletiva de imprensa, enfatizando que a reação de Ottawa será "robusta, rápida e medida", mas será equivalente em volume, dólar por dólar, aos montantes taxados pelos Estados Unidos, e também "terão um custo para os canadenses".
"Estamos prontos para lidar com todos os cenários", afirmou o primeiro-ministro que está deixando o cargo. "Protegeremos nossos interesses nacionais", acrescentou.
Trudeau declarou que espera convencer o governo Trump a não impor tarifas que também serão prejudiciais aos cidadãos americanos.
"Este é um momento crucial para o Canadá e os canadenses", destacou.
Segundo economistas, a imposição de tarifas alfandegárias desencadearia uma profunda recessão no país, que exporta 75% do total de seus bens e serviços para os Estados Unidos.
Centenas de milhares de empregos canadenses estão em jogo e, de acordo com um cenário pessimista delineado pelo Scotia Bank, um aumento nas tarifas seguido de retaliações canadenses sobre as importações americanas poderia fazer com que o PIB canadense caísse mais de 5%, elevando o desemprego de forma acentuada e levando a uma alta da inflação - atualmente em 1,8% em 12 meses - acima de 4,1%.
"Estamos pensando em termos de 25% para o México e o Canadá, porque eles estão permitindo" a entrada de "um grande número de pessoas (nos Estados Unidos); o Canadá também está abusando muito ? um grande número de pessoas vindo e fentanil chegando ?", disse Trump na segunda-feira no Salão Oval da Casa Branca.
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