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Trump vai retirar EUA do Acordo de Paris pela segunda vez

Para Trump, a mudança climática é uma "farsa" - Julia Demaree Nikhinson/Pool via Reuters
Para Trump, a mudança climática é uma "farsa" Imagem: Julia Demaree Nikhinson/Pool via Reuters
do UOL

De Ecoa*

20/01/2025 17h13

O presidente Donald Trump vai retirar os EUA pela segunda vez do Acordo Climático de Paris. A Casa Branca fez o anúncio nesta segunda-feira (20), logo após o republicano prestar seu juramento de posse.

A decisão remove o maior emissor histórico de gases de efeito estufa dos esforços globais para combater as mudanças climáticas pela segunda vez em uma década.

Os Estados Unidos estarão ao lado de Irã, Líbia e Iêmen como os únicos países fora do pacto de 2015, no qual governos concordaram em limitar o aquecimento global a 1,5º acima dos níveis pré-industriais, para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.

O que aconteceu?

Segunda saída em uma década. O novo governo de Donald Trump anunciou nesta segunda-feira (20) que pretende retirar pela segunda vez os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre o clima, o que representa uma rejeição aos esforços globais para combater o aquecimento do planeta. "O presidente Trump vai se retirar do Acordo de Paris", afirmou documento da Casa Branca logo após o republicano prestar juramento.

Saída dos EUA era esperada. Trump também retirou os EUA do Acordo de Paris durante seu primeiro mandato, embora o processo tenha levado anos e tenha sido imediatamente revertido pela presidência de Joe Biden em 2021. Desta vez, a retirada pode ser concluída mais rapidamente - em até um ano - já que Trump não estará vinculado ao compromisso inicial de três anos do acordo.

O que isso significa?

Impacto nos esforços globais contra a crise a climática. Os EUA são atualmente o segundo maior emissor de gases de efeito estufa, atrás apenas da China, e sua saída enfraquece a ambição global de reduzir essas emissões, causadas especialmente pelos combustíveis fósseis.

Los Angeles em chamas e recorde de temperatura. Anúncio acontece enquanto incêndios intensificados pelas mudanças climáticas devastam o sul da Califórnia e após o ano mais quente já registrado no planeta, durante o qual dois grandes furacões - Helene e Milton - devastaram o sudeste dos Estados Unidos.

Para Trump, a mudança climática é uma "farsa". O movimento reflete o ceticismo de Trump em relação ao aquecimento global e se alinha a seus objetivos de turbinar a exploração de petróleo e gás dos Estados Unidos e acabar com regulamentações ambientais que restrinjam a produção.

"Drill, baby, drill". "Perfure, baby, perfure". Na Convenção Republicana de 2024, Trump resgatou o bordão usado pelos republicanos desde 2008 a favor da perfuração para produção de petróleo. Os Estados Unidos já são os maiores produtores de petróleo e gás natural do mundo, graças a um boom de perfuração de anos no Texas, Novo México e outras regiões, impulsionado pela tecnologia de fracking e pelos altos preços globais desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.

O que diz a ONU?

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, está confiante que as cidades, estados e empresas dos Estados Unidos vão continuar a trabalhar por uma economia resiliente e de baixo carbono, disse uma porta-voz da ONU.

"É crucial que os Estados Unidos permaneçam como líderes em questões ambientais. Os esforços coletivos sob o Acordo de Paris fizeram diferença, mas precisamos avançar muito mais rápido e juntos", disse a porta-voz Florencia Soto Niño.

*Com informações de Reuters e AFP

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