Trump com 'sede de vingança' chega ao 2º mandato mais radicalizado

Após dirigir o país de 2017 e 2021, o republicano Donald Trump, de 78 anos, se tornará nesta segunda-feira (20) o 47º presidente dos Estados Unidos. Seu retorno ao poder provoca reações pelo mundo. Os principais jornais franceses estampam suas capas com as expectativas - positivas e negativas - que inspiram a volta do magnata à Casa Branca.
Após dirigir o país de 2017 e 2021, o republicano Donald Trump, de 78 anos, se tornará nesta segunda-feira (20) o 47º presidente dos Estados Unidos. Seu retorno ao poder provoca reações pelo mundo. Os principais jornais franceses estampam suas capas com as expectativas - positivas e negativas - que inspiram a volta do magnata à Casa Branca.
Uma "segunda temporada", para o jornal econômico Les Echos que será marcada pela "vontade de vingança" do líder republicano, que "reformou seu partido e confirmou sua popularidade", avalia. Para o diário, não há dúvidas de que o bilionário está melhor preparado do que quando assumiu a presidência em 2017, embora mantenha sua personalidade "excêntrica" e "imprevisível".
Mesmo tom da parte do jornal conservador Le Figaro, que estampa sua capa com a manchete: "A segunda revolução Trump". Com a histórica vitória de novembro, quando o líder republicano venceu a eleição tanto por meio dos colégios eleitorais quanto pelo voto popular, ele se tornou uma celebridade mundial, com um capital político inédito, afirma o diário. No entanto, Le Figaro pondera que "períodos de euforia política" são geralmente curtos e propícios a erros e o magnata assume a partir desta segunda-feira a função mais difícil do mundo.
"Retorno com força" é a manchete do jornal católico La Croix, menos entusiasta sobre o segundo mandato de Trump. Para o diário, a volta do líder republicano à Casa Branca reforça as incertezas no mundo, com medidas-choque que pretende impor, muitas delas "brutais", afirma. Em editorial, o jornal teme que o cumprimento das promessas do bilionário embaralhem ainda mais o Oriente Médio e a guerra na Ucrânia e penalizem os imigrantes. "Trump quer desestabilizar para reinar", diz, fazendo um apelo por "calma e vigilância".
"Come-bad" à Casa Branca
O jornal progressista Libération não esconde seu pessimismo com o retorno de Trump, que classifica de "come-bad à Casa Branca", fazendo um trocadilho com as palavras em inglês "come-back" (volta) e "bad" (ruim). "O segundo mandato se anuncia ardente diante de uma nação profundamente dividida", diz.
No menu do segundo mandato, um Trump " mais vingativo e descomplexado do que nunca", destaca Libé. A publicação prevê "a liberação total as criptomoedas e energias fósseis, proibição de atletas trans nas competições femininas, revogação de medidas verdes do governo Biden", além de "uma avalanche de medidas anti-imigração".
O jornal Le Monde acredita que "a urgência imigratória" estará no centro dos primeiros dias de governo do republicano, que se prepara a uma "rajada de decretos presidenciais a partir desta segunda-feira, que promete a maior expulsão em massa de pessoas em situação ilegal da história dos Estados Unidos. "O magnata também promete acabar com a 'cultura woke', programas de diversidade, igualdade e inclusão, restaurar o patriotismo nas escolas e ainda construir um sistema antimísseis similar ao Domo de Ferro de Israel", aponta.