O governo Lula (PT) precisa saber que o Brasil não forma mais a opinião só pela televisão, avaliou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News, do Canal UOL, nesta segunda-feira (20), ao comentar erros de comunicação da gestão petista.
O governo tem que aprender a falar com essa nova lógica, precisa saber que o Brasil não forma mais opinião só pela TV. O Brasil forma opinião pelo WhatsApp, pelo Telegram, pelas redes sociais. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
O presidente Lula realizou a sua primeira reunião ministerial do governo em 2025. O encontro teve bronca em ministros, cobrança por entregas de cada pasta e pedidos por mudanças na comunicação com a população —numa referência clara à crise do Pix instalada no governo na semana passada.
Ao Canal UOL, Sakamoto falou sobre a necessidade de o governo Lula fazer mais e disse que o problema da gestão vai muito além da simples comunicação.
Tem três coisas que o Lula precisa atingir se ele quiser se reeleger. Ele precisa baixar o preço das coisas. Tem que abaixar o preço do feijão e arroz. Para isso, não adianta só cobrar dos seus ministros que baixem feijão e arroz. Ele também tem que tomar cuidado. Declarações do presidente interferem no dólar. Não adianta falar que não interfere. Interfere. Da mesma forma que ele pede para os ministros se controlar, ele também se controle nesse sentido Que o presidente, ao sugerir isso para os seus ministros, também aplique isso a ele mesmo (...) Ele também tem que tomar cuidado com as declarações.
[O governo] precisa dialogar com esse grupo [classes C e D], precisa dialogar com entregadores, precisa dialogar com o pessoal do Uber, precisa dialogar... Não é simplesmente buscar sindicalizar esse pessoal, não é isso. É buscar a verdade, dialogar, garantir qualidade de vida... Aquela estrutura sindical da década de 80, 90, 2000, acabou. O governo tem que aprender a falar com essa lógica.
E, por fim, com os evangélicos, que são demonizados sistematicamente no Brasil. Precisa conversar e, ao mesmo tempo falar com eles, ter uma intersecção entre evangélicos, empreendedores, pessoas da periferia, precisa dialogar. Esses são desafios na área de comunicação? Não é de comunicação. Baixar o preço da comida não é comunicação. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Mantega: Trump faz jogo inteligente e estabelece nova 'política do porrete'
No UOL News, o economista e ex-ministro Guido Mantega disse que Trump faz um jogo duro, mas inteligente, e relembrou da chamada política de Big Stick (ou "Grande Porrete", na tradução livre).
Essa política foi aplicada pelo presidente Theodore Roosevelt, que governou o país entre 1901 e 1909. Ela tinha como objetivo expandir a influência econômica e política dos EUA, muitas vezes utilizando a força militar. Foi nessa época, por exemplo, que os americanos apoiaram a independência do Panamá da Colômbia e garantiram o controle sobre a construção e operação do Canal do Panamá.
Ele não vai anexar o Canadá, quer dizer, ele ameaçou. Ele está fazendo uma política praticada pelo governo do Theodore Roosevelt, que se chamava Big Stick. E a política dele era essa, mostrar um grande porrete, Big Stick, para defender os interesses americanos... Expandir as ações da marinha americana no exterior e tudo mais.
Então, acho que o Trump está inaugurando uma nova política do Big Stick. Mas o Big Stick também com uma mão mostra o porrete e com a outra mão mostra a cenoura. Você tem que escolher o que você vai aceitar... Economista e ex-ministro Guido Mantega, nos governos Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT)
Professor: 'Desafio de Trump será cumprir promessas de campanha'
No UOL News, o professor Maurício Moura, especialista em política americana, da Universidade George Washington, afirmou que um dos grandes desafios do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será cumprir as suas promessas de campanha.
Em primeiro lugar já foi feita uma estimativa aqui em Washington que, para deportar os 11 milhões de [imigrantes] ilegais, o custo unitário é de US$ 14 mil. Esse, obviamente, que é um valor que vira um valor bilionário, que não está em nenhuma linha do orçamento americano. Então, a primeira pergunta prática é onde é que vão sair os recursos para uma movimentação dessa.
Obviamente, deve haver muitos atos simbólicos de deportação nessa primeira semana aí. Então, muita coisa vai acontecer, mas o ponto de vista de escala, de volume, é bastante incerto como é que eles vão fazer isso. E também tem o fato que eles dependem dos outros países, dos países aceitarem de volta as pessoas que estão sendo deportadas.
Se isso se materializar vai ter uma pressão no mercado de trabalho, obviamente isso vai bater nos preços. Professor Maurício Moura
A posse de Donald Trump para o seu segundo mandato na presidência dos EUA está prevista para o longo do dia de hoje (20). A programação começou a partir das 8h (de Brasília). Os ventos árticos esperados deixaram as temperaturas abaixo de 0°C e, por questões de segurança, Trump ordenou que o discurso de posse, orações e outros pronunciamentos fossem realizados na Rotunda do Capitólio dos EUA.
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