Proibição do TikTok entra em vigor nos EUA e Trump pede que plataforma seja "salva"
A proibição do TikTok nos Estados Unidos entrou em vigor neste domingo (19), excluindo milhões de usuários do aplicativo no país. O presidente eleito Donald Trump não pôde intervir antes de assumir o cargo, mas publicou mensagem pedindo: "salvem o TikTok".
Removido das principais lojas digitais horas antes do banimento, o aplicativo informou aos usuários em uma mensagem que "uma lei que proíbe o TikTok foi promulgada nos Estados Unidos. Infelizmente, isso significa que você não pode usar o TikTok por enquanto."
"Temos sorte que o presidente Trump indicou que trabalhará conosco em uma solução para restaurar o TikTok quando ele assumir o cargo. Fiquem ligados", continua o texto.
A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu na sexta-feira (17) manter uma lei que proíbe a plataforma em nome da segurança nacional. A menos que seus proprietários chineses chegassem a um acordo para vender o aplicativo a compradores não chineses até este domingo.
O TikTok foi adotado por pessoas de todas as idades, sobretudo por sua capacidade de transformar usuários comuns em celebridades globais quando um vídeo se torna viral.
Desde sexta-feira, o aplicativo reiterou pedidos ao governo do presidente Joe Biden para que enviasse um sinal claro aos provedores de internet e aos gerentes de lojas de aplicativos para dissuadi-los de suspender downloads e atualizações.
Na sexta-feira, a Casa Branca disse que "a aplicação da lei (deveria) ser responsabilidade do próximo governo, que tomará posse na segunda-feira (20)", de acordo com uma declaração da porta-voz Karine Jean-Pierre.
O texto foi votado pelo Congresso por ampla maioria em abril de 2024, obrigando a empresa chinesa ByteDance, dona do TikTok, a vender o aplicativo sob pena de proibição.
No sábado (18), Donald Trump disse, em uma entrevista à NBC, que estudaria o assunto de perto quando tomasse posse na segunda-feira (20) e que "uma prorrogação de 90 dias (provavelmente) seria decretada".
"Se eu decidir, provavelmente será na segunda-feira", declarou o bilionário, que tentou sem sucesso proibir o TikTok durante seu primeiro mandato.
A lei teoricamente exigia que os provedores de serviços bloqueassem downloads e atualizações na noite de sábado para domingo a partir da meia-noite, sob pena de multas muito pesadas.
Karine Jean-Pierre chamou as últimas declarações do TikTok de "manobra". "Não vemos razão para o TikTok ou outras empresas agirem antes que o governo Trump tome posse na segunda-feira."
"Salvem o TikTok"
O TikTok apelou, como último recurso, à Suprema Corte americana, que se recusou por unanimidade na sexta-feira a suspender a lei. Os nove juízes seniores consideraram que as "preocupações do Congresso com a segurança nacional" eram "bem fundamentadas".
Os congressistas americanos justificaram a votação da lei pela necessidade de impedir que autoridades chinesas acessassem dados de usuários americanos ou manipulassem opiniões nos Estados Unidos.
Mas, embora a plataforma tenha sido alvo de hostilidade declarada de muitas autoridades americanas há um ano, o vento mudou desde então e um consenso político surgiu nos últimos dias em favor da preservação do TikTok.
Neste domingo, Donald Trump publicou em sua rede social Truth, a mensagem "Save TikTok" (Salvem o TikTok).
A ByteDance sempre se recusou oficialmente a vender seu aplicativo, embora vários investidores tenham se apresentado. No sábado, a startup de inteligência artificial (IA) Perplexity AI apresentou uma proposta à ByteDance para se fundir com a filial americana do TikTok, disse uma fonte familiarizada com o assunto à AFP.
Donald Trump também mencionou o TikTok durante uma conversa telefônica na sexta-feira com o presidente chinês Xi Jinping, e o CEO da rede social, Shou Chew, está entre os convidados de honra em sua cerimônia de posse.
Além do TikTok, todos os aplicativos da ByteDance nos Estados Unidos foram retirados do ar, incluindo outra rede social, o Lemon8, para a qual TikTokers desesperados migraram.
(Com AFP)