Hamas liberta três primeiras reféns de Israel após acordo de cessar-fogo
Autoridades de Israel confirmaram a libertação de três reféns mantidas pelo Hamas, como parte do acordo do cessar-fogo na guerra em Gaza, que começou a valer nesta manhã. Em troca, Israel prepara a libertação, nas próximas horas, de 90 prisioneiros palestinos que estão em seu poder.
O que aconteceu
As reféns foram libertadas e já voltaram ao território israelense. As mulheres já reencontraram familiares e em seguida foram levadas a um hospital, onde passarão por acompanhamento médico. O governo de Israel publicou, nas redes sociais, uma mensagem de boas vindas a elas.
Romi Gonen, 24, Emily Damari, 28, e Doron Steinbrecher, 31, estavam presas há 471 dias, desde 7 de outubro de 2023. Gonen estava no festival de música invadido pelo Hamas naquele dia. Damari e Steinbrecher foram sequestradas dentro de suas próprias casas, no kibutz (vilarejo agrário) Kfar Aza, no sul de Israel.
Em troca, Israel deve liberar 90 prisioneiros palestinos ainda hoje, a maioria deles mulheres e menores de idade. Entre eles, deve estar a militante Khalida Jarrar, 62, da Frente Popular para a Libertação da Palestina.
Presidente de Israel celebrou retorno das mulheres. "Uma nação inteira se alegra com o retorno de vocês", escreveu Isaac Herzog nas redes sociais. "Este é um dia de alegria e conforto, e o começo de uma jornada desafiadora de recuperação e cura juntos".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que este é "um dia muito emocionante". "Uma nação inteira abraça vocês. Bem-vindas ao lar. Vamos trazer todos de volta, e vamos atingir todos os nossos objetivos da guerra", falou ele em telefonema a secretário, cuja transcrição foi publicada no site do governo.
A mãe de Emily Damari compartilhou uma foto de uma videochamada ao lado da filha, que sorri. "A Emily está em casa", escreveu.
Ao todo, 33 reféns israelenses devem ser liberados nesta primeira fase da trégua, que deve durar ao menos seis semanas. Durante esse período, haverá negociações para uma segunda fase, que incluiria a libertação de todos os reféns e estabeleceria as bases para o fim da guerra.
Além da libertação de prisioneiros, o acordo inclui um cessar-fogo completo, a retirada do exército israelense de áreas densamente povoadas em Gaza e um aumento na ajuda humanitária. Autoridades egípcias preveem que, agora, 600 caminhões contendo mantimentos, remédios e outros itens essenciais possam entrar no território diariamente.
Primeira trégua em mais de 15 meses de guerra atrasou três horas. A previsão era começar às 8h30 (3h30 no horário de Brasília), mas o Hamas atrasou a entrega de uma lista com os nomes dos reféns para o governo de Benjamin Netanyahu até 11h15 (6h15 em Brasília). Nesse meio-tempo, houve um novo bombardeio em Gaza, que deixou ao menos 19 mortos.
Em 7 de outubro de 2023, o Hamas matou 1.210 israelenses, e sequestrou outros 251. Desses, 94 permaneceram em Gaza e 34 morreram, segundo o exército israelense.
Em resposta, Israel iniciou um ataque aéreo e terrestre que devastou a Faixa de Gaza e matou 46.913 pessoas, a maioria civis. Os dados são do Ministério da Saúde do território palestino e considerados confiáveis pela ONU (Organização das Nações Unidas).
*Com informações da AFP e Reuters