Fomos à China para andar no carro da BYD que pula, dança e chegou ao Brasil
O carro mais potente e tecnológico da BYD, lançado mundialmente em fevereiro do ano passado, pode estar perto de ser comercializado no Brasil.
Trata-se do U9, superesportivo 100% elétrico de dois lugares da marca Yangwang, divisão de luxo da montadora chinesa. Um exemplar foi fotografado em um caminhão plataforma em frente à sede da BYD na capital paulista. O flagrante é do perfil Placa Verde do Instagram.
Questionada, a fabricante asiática confirma a importação do veículo para testes em território brasileiro. Por ora, nenhuma confirmação de que será vendido no país, mas as chances são grandes - o UOL Carros já andou no U9 em recente visita à China, onde o cupê é fabricado.
A convite da BYD, visitamos Shenzhen, onde fica a sede da companhia, e também estivemos na cidade vizinha Guangzhou para acompanhar as atrações da fabricante no salão automotivo local.
Em Shenzhen, o UOL Carros conferiu de perto o U9, que na China custa 1,68 milhão de yuans (cerca de R$ 1,4 milhão na conversão direta), e teve a chance de dar rodar no veículo no banco do passageiro. No dia seguinte, pude dar duas voltas no U9 em um kartódromo de Guangzhou.
O U9 não é barato, mas custa muito menos do que automóveis de alta performance de marcas europeias como Ferrari e Aston Martin. Da mesma forma que esportivos topo de linha dessas empresas, o BYD Yangwang U9 tem carroceria de fibra de carbono - o chassi é feito do mesmo material, extremamente leve e resistente, combinado com alumínio.
Mais do que um carro de luxo e alto desempenho, o U9 é uma vitrine das capacidades técnicas da BYD. Os números são superlativos: traz quatro motores elétricos, um em cada roda, que somados entregam 1.318 cv de potência.
Com essa cavalaria e impressionantes 171 kgfm de torque, a aceleração de zero a 100 km/h informada pela BYD é de apenas 2,36 segundos. A velocidade máxima, conforme a ficha técnica oficial, é de 309 km/h. Nada mau para um veículo que pesa 2.475 kg.
O U9 é tão pesado, apesar de trazer estrutura de fibra de carbono, por causa das baterias do sistema elétrico de propulsão, com capacidade de 80 kWh e autonomia de até 450 km no ciclo chinês CLTC de medição de consumo energético.
O modelo aceita carregadores de até 500 W - plugado nessa potência, a recarga das baterias vai de 30% a 80% em dez minutos, segundo a BYD.
No breve contato ao volante e também no banco do passageiro, deu para perceber que o supercarro chinês é surpreendentemente ágil, considerando seu peso, e freia muito bem, graças aos discos de carbono cerâmica de série nas quatro rodas.
Medindo apenas 1,31 m de altura, 4,79 m de comprimento, 2,03 m de largura e 2,90 m de distância entre-eixos, o U9 é dotado de uma enorme asa traseira e de dutos aerodinâmicos ativos, itens cruciais para entregar tanta estabilidade.
Outro segredo do esportivo asiático está nas suspensões pneumáticas, capazes de ajustar em uma fração de segundo o vão livre em relação ao solo e a respectiva rigidez para manter o U9 sempre "nos trilhos" e até prepará-lo para buracos e outras irregularidades do piso logo à frente.
Tal suspensão, que se ajusta automaticamente em cada roda, também habilita o carro a literalmente pular para escapar de buracos e até a "dançar", como demonstramos no vídeo acima. Por trazer um motor em cada roda, o U9 também é capaz de girar no próprio eixo, seja para sair de vagas apertadas, seja para impressionar quem estiver perto dele.
Caso seja de fato lançado no Brasil, o U9 deverá custar mais de R$ 2 milhões, considerando os impostos e outros custos de importação - mesmo assim, terá preço bem inferior ao de modelos de alta performance de marcas famosas.
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*Viagem a convite da BYD