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Sem provas, Netanyahu acusa Hamas de 'extorsão' e ameaça adiar cessar-fogo

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em imagem de arquivo - Gil Cohen-Magen/Pool via Reuters
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em imagem de arquivo Imagem: Gil Cohen-Magen/Pool via Reuters
do UOL

Do UOL, em São Paulo

16/01/2025 06h32

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu gabinete não vai se reunir para aprovar o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza após acusar sem provas o Hamas de promover uma "crise de último minuto" no acordo.

O que aconteceu

Sem explicar o que aconteceu, Netanyahu afirmou que o Hamas quer "extorquir concessões de último minuto". Ele falou sobre o assunto em comunicado emitido nesta quinta-feira (16).

A expectativa era de que o acordo fosse ratificado pelo gabinete nesta quinta-feira. O cessar-fogo deveria começar no domingo e 73 pessoas já morreram desde o anúncio, segundo divulgado pela Defesa Civil da Faixa de Gaza nesta manhã.

Hamas diz que está comprometido com acordo. Pouco após a fala de Netanyahu, o porta-voz do grupo extremista, Izzat el-Reshiq, afirmou em publicação no Telegram que o grupo está de acordo com os requerimentos dos mediadores.

O gabinete não vai se reunir até os mediadores notificarem Israel de que o Hamas aceitou todos os itens do acordo.
Benjamin Netanyahu, em comunicado divulgado pela agência de notícias Associated Press

Acordo de cessar-fogo foi aprovado no Qatar

Mulheres e crianças palestinas choram após abrigo para refugiados em escola ser atingido por bombardeio israelense na Cidade de Gaza - REUTERS/Mahmoud Issa/File Photo  - REUTERS/Mahmoud Issa/File Photo
Mulheres e crianças palestinas choram após abrigo para refugiados em escola ser atingido por bombardeio israelense na Cidade de Gaza
Imagem: REUTERS/Mahmoud Issa/File Photo

Acordo foi negociado no Qatar entre Israel e Hamas. O pacto prevê a troca de reféns e prisioneiros em diferentes etapas, assim como a desocupação gradual da Faixa de Gaza por parte das tropas israelenses.

Qatar confirmou acordo e apontou que entrará em vigor no domingo (19). O primeiro-ministro do país, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, disse que a primeira fase durará 42 dias. Os detalhes dos procedimentos para a segunda e terceira fases serão finalizados durante a implementação da primeira fase. Ele ressaltou a "necessidade de ambas as partes se comprometerem com a implementação de todas as três fases do acordo" para evitar "derramamento de sangue civil".

Biden disse que americanos serão parte da primeira onda de reféns libertos. O presidente dos Estados Unidos afirmou que o interesse de Israel é achar um fim definitivo para a guerra nas próximas seis semanas, mas que o cessar-fogo irá seguir mesmo se os envolvidos no conflito não chegarem a um meio-termo neste período.

Fumaça é vista no horizonte de Khan Younis após bombardeio de Israel na Faixa de Gaza - REUTERS/20.fev.2024-Ibraheem Abu Mustafa - REUTERS/20.fev.2024-Ibraheem Abu Mustafa
Fumaça é vista no horizonte de Khan Younis após bombardeio de Israel na Faixa de Gaza
Imagem: REUTERS/20.fev.2024-Ibraheem Abu Mustafa

Pacto quebra promessa de aniquilação do Hamas por primeiro-ministro. Netanyahu tinha prometido que a guerra só acabaria quando o movimento extremista tivesse sido exterminado.

Comissária da União Europeia para o Mediterrâneo confirmou acordo. Apesar da postura de Netanyahu, Dubravka Suica indicou que "saúda o acordo de cessar-fogo e o acordo de reféns entre Israel e o Hamas, que trará o alívio tão necessário para as pessoas afetadas pelo conflito devastador". A União Europeia afirma que "continua empenhada em apoiar todos os esforços no sentido de uma paz e recuperação duradouras".

ONU ordenou entrada imediata de ajuda humanitária em Gaza. Além de bombas, os civis foram afetados por fome e frio.

Israel divulgou fotos de reféns, mas afirmou que 98 continuam em Gaza. No X (antigo Twitter), a conta oficial do governo publicou: "Não os abraçamos há 467 dias". Entre os reféns, estão duas crianças, mulheres, idosos, adolescentes e jovens. O governo israelense acredita que todos os reféns ainda estão vivos, mas não tem a confirmação do Hamas sobre isso.

Hamas queria mapa da retirada de israelenses. Tel Aviv enviou ao grupo palestino os mapas dos locais que planeja realizar a evacuação das tropas e foi a resposta aceitando o plano que faltava para o pacto ser anunciado. O Hamas queria garantias de retiradas principalmente na região de fronteira entre Gaza e o Egito.

Palestinos e israelenses foram às ruas para comemorar acordo. Veja algumas imagens:

 Palestinos reunidos em Khan Yunis, no sul de Gaza, comemoram cessar-fogo entre Hamas e Israel, que inclui libertação de milhares de prisioneiros palestinos e dezenas de reféns israelenses - Ramadan Abed / Reuters - Ramadan Abed / Reuters
Palestinos reunidos em Khan Yunis, no sul de Gaza, comemoram cessar-fogo entre Hamas e Israel, que inclui libertação de milhares de prisioneiros palestinos e dezenas de reféns israelenses
Imagem: Ramadan Abed / Reuters
15.jan.2025 - Comemoração na Palestina após acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel - Ramadan Abed/REUTERS - Ramadan Abed/REUTERS
15.jan.2025 - Comemoração na Palestina após acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel
Imagem: Ramadan Abed/REUTERS
Defensores da soltura dos reféns israelenses levantaram tochas durante manifestações em Tel Aviv nesta quarta (15) - Ronen Zvulun / Reuters - Ronen Zvulun / Reuters
Defensores da soltura dos reféns israelenses levantaram tochas durante manifestações em Tel Aviv nesta quarta (15)
Imagem: Ronen Zvulun / Reuters

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