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Desalojados de incêndios florestais em Los Angeles já enfrentam aumento de preços dos imóveis

14/01/2025 16h41

Embora Los Angeles tenha passado por uma breve calmaria, a segunda maior cidade dos Estados Unidos agora teme a chegada, ainda nesta terça-feira (14) de ventos quentes e fortes que podem atiçar ainda mais os incêndios que a devastam há uma semana. Além dos 24 mortos, o fogo deixou milhares de famílias desabrigadas, à mercê de um mercado imobiliário já saturado e com preços exorbitantes que as autoridades tentam conter.

Em apenas alguns dias, as chamas destruíram mais de 12.000 edifícios e casas em Los Angeles. Um número que representa mais de um terço de todas as moradias construídas no condado até 2024. Uma cifra considerável, especialmente porque a cidade era a mais superpovoada dos Estados Unidos antes dos incêndios dramáticos, que levaram quase 150.000 pessoas a fugir de suas casas.

Não é surpreendente que, como disse um corretor imobiliário à rede de tevê americana NBC News, os preços dos aluguéis dispararam nos últimos dias. "Por ganância, alguns proprietários inflacionaram drasticamente seus preços. E então vemos uma guerra de lances", disse.

De um lado, há famílias desesperadas dispostas a pagar qualquer preço para ter um teto e, do outro, proprietários inescrupulosos.

Residências na região de Venice, dentro do bairro de Pacific Palisades, atingido pelos incêndios, que eram oferecidas antes do drama por U$ 17.000, agora chegam a ser alugadas por até U$ 30.000.

Estado de emergência proíbe aumento de preços

Existe, no entanto, uma lei na Califórnia que proíbe o aumento abusivo de preços quando o estado de emergência é declarado, como lembrou o procurador da cidade de Los Angeles em uma entrevista coletiva.

"Ninguém, e eu digo bem, ninguém pode aumentar os preços das seguintes commodities: imóveis, hotéis, água, alimentos, roupas e saúde. Ninguém pode aumentar os preços desses bens e serviços essenciais em mais de 10% sem infringir a lei", insistiu.

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No sábado (11), o procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, reiterou que inflacionar artificialmente os preços é um "crime punível com até um ano de prisão e multa de US$ 10.000" (cerca de R$ 60.500). O magistrado alertou as plataformas de aluguel e todos que usam algoritmos que definem preços automaticamente com base na demanda, ordenando que cumpram a legislação ou enfrentarão processos judiciais.

O estado de emergência foi declarado por pelo menos um ano, até janeiro de 2026. Mas provavelmente levará muito mais tempo para resolver a iminente crise imobiliária do estado gerada pelos incêndios.

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