Ele infartou em voo e tenta voltar para transplante: 'Não aguento muito'
Um brasileiro que infartou em dezembro do ano passado durante um voo para Dublin, na Irlanda, vive um drama para retornar ao Brasil e realizar um transplante de coração após ser diagnosticado com insuficiência cardíaca.
O que aconteceu
Diego Honorato, viajava com a esposa, Angélica Coelho, no dia 5 de dezembro de 2024. Os dois haviam passado uma temporada no Brasil para comemorar um ano de casamento e voltavam naquele dia para a Irlanda, onde moram e trabalham há três anos.
Pouco antes do avião pousar na Holanda, em uma conexão, o brasileiro teria começado a se sentir mal. ''Ele estava suando muito gelado, com dor no peito e falando para mim que estava passando muito mal. Pensei que poderia ser uma queda de pressão, mas vi que ele não foi melhorando, então o medo ia aumentando'', contou Angélica ao UOL.
Diego foi socorrido em um hospital do país, onde ainda está internado após mais de um mês do ocorrido. Com o quadro de saúde se agravando e respirando com a ajuda de aparelhos, médicos holandeses informaram ao homem no dia 30 de dezembro que seria preciso de um transplante de coração.
Foi aí que o nosso mundo desabou, estamos em um país totalmente longe de casa, sem recursos para voltar a casa, ele não consegue entrar na fila de transplante porque não é cidadão holandês e não tem seguro médico. Está cada dia mais uma situação difícil aqui para a gente. Angélica Coelho
Diagnóstico de insuficiência cardíaca foi dado durante férias no Brasil. Segundo relato de familiares, o brasileiro realizou exames durante sua estadia no país de origem depois de sentir alguns sintomas. O médico responsável, no entanto, teria recomendado alguns medicamentos e o liberado para a voltar à Irlanda.
Família tenta trazer Diego para São Paulo
Para realizar o procedimento no Brasil, é necessário uma UTI aérea, que pode custar até R$ 1 milhão. A companheira de Diego disse ter recorrido ao Itamaraty, mas foi informada de que o Governo não pode custear despesas médicas, apenas prestar assistência consular ao casal.
O Hospital Universitário Amsterdam contatou o Hospital das Clínicas de São Paulo. De acordo com a esposa do brasileiro, os profissionais holandeses verificavam se a unidade de saúde possuía o suporte necessário para lidar com o caso, o que foi confirmado pelo HC.
Sem recursos financeiros para o transporte, Angélica decidiu pedir ajuda para arrecadar o dinheiro. Ela criou duas vaquinhas na plataforma Go Fund Me, uma em reais e outra em euros. As duas juntas contabilizam pouco mais de R$ 100 mil até a sexta-feira (10).
Peço, por favor, a ajuda de todos vocês para que eu possa voltar ao Brasil e receber o transplante de coração pois estou cada diz mais fraco, debilitado e perdi muito peso. Não sei se consigo aguentar muito tempo, porque a minha situação está bem grave. Diego Honorato, em vídeo gravado
Itamaraty diz que presta assistência consular ao brasileiro, mas não pode custear retorno. Em nota enviada ao UOL, o Ministério das Relações Exteriores informou que "não há previsão legal para o custeio de despesas médico-hospitalares com recursos público".