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Líder de reduto rebelde será chefe de governo de transição na Síria

Mohammed Bashir foi apontado por rebeldes como líder de governo de transição na Síria - Omar HAJ KADOUR / AFP
Mohammed Bashir foi apontado por rebeldes como líder de governo de transição na Síria Imagem: Omar HAJ KADOUR / AFP
do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/12/2024 11h04Atualizada em 10/12/2024 11h07

Os rebeldes que tomaram o poder em Damasco nomearam Mohamad al Bashir como chefe do Governo de Transição do país.

O que aconteceu

Líder deve ocupar o cargo até 1º de março. Comunicado oficial foi transmitido pela televisão síria nesta terça-feira (10).

Reunião com membros do governo deposto. Segundo a agência de notícias Associated Press, Bashir afirmou em pronunciamento que discutiu as transferências de portfólios e dados para o governo interino. Ele explicou que decisões individuais sobre cada ministério serão divulgadas nas próximas semanas.

Quem é Bashir. Engenheiro formado pela Universidade de Aleppo, al Bashir é líder do reduto rebelde de Idlib, no noroeste do país.

Líder teve uma carreira em empresas de gás antes de assumir a vida política. Entre os cargos que acumulou na carreira, está o de primeiro-ministro do Governo da Salvação Síria, criado em 2017 pela Organização para a Libertação do Levante para administrar assuntos de seu interesse no nordeste do país.

Tomada de Damasco e deposição de Assad

População apoia grupo rebelde em tomada de Damasco - Mohammed Nammoor/Anadolu via Getty Images - Mohammed Nammoor/Anadolu via Getty Images
População apoia grupo rebelde em tomada de Damasco
Imagem: Mohammed Nammoor/Anadolu via Getty Images

A ofensiva na Síria foi lançada pelos insurgentes em 27 de novembro. Eles assumiram rapidamente o controle de Aleppo, a segunda maior cidade do país, localizada no noroeste, e de Hama, no centro. Os radicais tomaram do governo o controle da província de Daraa, no sul.

Rebeldes sírios anunciaram na manhã de domingo (noite de sábado no Brasil) que obtiveram o controle total sobre Homs, a terceira maior cidade do país e localizada ao norte de Damasco. Ao mesmo tempo, eles avançaram pelo território.

A ação teria ocorrido depois que as forças de segurança deixaram Homs às pressas após queimar documentos, informou a Reuters. Prisioneiros foram soltos da penitenciária central de Homs. Na ocasião, o governo negou a tomada da cidade.

Um porta-voz de operações militares dos rebeldes sírios disse que, após Homs, eles seguiriam para Damasco. "Haverá uma nova Síria baseada na justiça. Não estamos enfrentando um exército de verdade, mas sim uma milícia", disse à Al Jazeera.

Por volta das 23h (de sábado, horário de Brasília; já domingo na Síria), as forças insurgentes anunciaram que entraram na capital. A ação teria ocorrido sem nenhum sinal de mobilização do exército. Ainda no sábado, eles disseram estar a 20 km de Damasco, mas o governo sírio havia dito que as suas forças de segurança estabeleceram um cordão "muito forte" ao redor da capital, chamando os relatos de campanha de desinformação.

Horas após a invasão, os rebeldes anunciaram a deposição do governo de Assad na Síria após 24 anos. Eles e apoiadores comemoraram e destruíram imagens e estátuas do presidente.

Bashar al-Assad fugiu do país de avião cargueiro na madrugada de domingo antes da chegada das forças opositoras. Aliada de Assad, a Rússia confirmou a renúncia e fuga do país, disse que o ditador sírio deu instruções para uma transferência pacífica de poder, mas negou participação nas negociações para a fuga e omitiu informações sobre o paradeiro de Assad.

* Com informações da AFP

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