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Justiça nega soltura de PM que matou jovem negro pelas costas no Oxxo em SP

Jovem foi morto com tiro nas costas por PM em SP após furtar produtos de mercado - Reprodução / Instagram @edutaddeo
Jovem foi morto com tiro nas costas por PM em SP após furtar produtos de mercado Imagem: Reprodução / Instagram @edutaddeo
do UOL

10/12/2024 12h29

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido de liberdade provisória do policial militar Vinícius de Lima Britto, preso após ser gravado matando um jovem negro com tiros nas costas em um estabelecimento na zona sul de São Paulo.

O que aconteceu

A decisão foi dada nesta segunda-feira (9) pela juíza Michelle Porto, da 5ª Vara do Júri. Ela manteve a custódia e justificou dizendo que o histórico do militar traz indicativos de um ''modus operandi violento e descontrolado''.

A magistrada disse que, no último ano, ele se envolveu em outras duas ocorrências semelhantes ao caso julgado. Ela explica que as três situações terminaram em morte, eram bastante parecidas e foram marcadas por uma grande quantidade de disparos feitos contra as vítimas.

A defesa do policial também pediu que o processo corresse em segredo de justiça. A solicitação também foi negada pela juíza: '' Não há fundamento que justifique qualquer exceção ao princípio da publicidade dos atos processuais, tão caro à nossa democracia.''

A reportagem tenta localizar a defesa do agente para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.

Entenda o caso

Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, foi morto após furtar itens de limpeza no Oxxo da avenida Cupecê, no Jardim Prudência, zona sul de São Paulo, no dia 3 de novembro. Um vídeo compartilhado pelo tio do jovem, o rapper Eduardo Taddeo, mostra o rapaz caindo no chão, na porta do estabelecimento, após escorregar. Vinicius, que estava de folga e no caixa do local, percebe que Gabriel se levanta e tenta pegar os itens furtados e o atinge nas costas diversas vezes.

Em nota após o crime, a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo informou que o caso era investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). Também ponderou que exames periciais foram solicitados e que outras diligências estavam sendo realizadas para esclarecer os fatos.

Chefe da segurança paulista também se manifestou sobre o caso. Em postagem divulgada na rede social X, o secretário da SSP, Guilherme Derrite, escreveu: "Policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida e não arremessa ninguém pelo muro", em referência a outro caso recente de violência policial no estado de São Paulo divulgado pela imprensa.

O PM foi levado para o presídio Romão Gomes após a Justiça determinar sua prisão e o tornar réu. Para o judiciário paulista, a prisão de Vinícius, visto a posição de poder e influência que os agentes de segurança detêm no estado, é para a garantia da ordem pública e conveniente à instrução processual.

Vinicius é soldado de segunda classe e tem a remuneração mensal de R$ 4.852,21, segundo o Portal da Transparência do Estado de São Paulo.

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