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Justiça condena homens por assassinato de família a tiros em canavial em SP

Anderson Givago Marinho, Mirele Regina Beraldo Tofalete e a adolescente Isabelly foram mortos no interior de SP - Arquivo pessoal
Anderson Givago Marinho, Mirele Regina Beraldo Tofalete e a adolescente Isabelly foram mortos no interior de SP Imagem: Arquivo pessoal
do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/12/2024 22h27Atualizada em 10/12/2024 23h08

A Justiça de São Paulo condenou três homens nesta terça-feira (10) pelo latrocínio (roubo seguido de morte) que terminou com os assassinatos de um casal e da filha deles, de 15 anos, em um canavial em Votuporanga (SP), em dezembro de 2023. Os condenados alegaram inocência.

O que aconteceu

Dois homens foram condenados a 87 anos e 6 meses de prisão: João Pedro Teruel e Rogério Schiavo. Já o irmão de Rogério, Danilo Roberto Barboza da Silva, foi condenado a 93 anos e 4 meses de reclusão —a pena foi aumentada em razão de "maus antecedentes". Todos cumprirão a pena em regime inicial fechado. .

A magistrada Gislaine de Brito Vendramini, da 1ª Vara de Votuporanga, apontou que todos os condenados são reincidentes. Desta forma, determinou que eles não poderão recorrer em liberdade porque se "envolveram em delito de extrema gravidade". Eles já respondiam ao processo presos. A decisão foi obtida pelo UOL.

Para a juíza, a autoria do trio é "certa e induvidosa". Vendramini apontou que os condenados atraíram a vítima para um local ermo com o objetivo de roubar a droga que Anderson Givago Marinho transportava, avaliada em aproximadamente R$ 255 mil. Além dele, a esposa, Mirele Regina Beraldo, e a filha, Isabelly, foram mortas na ação.

Justiça decidiu que o trio agiu em conjunto, com divisão de tarefas e planejamento do crime. Durante a investigação, a polícia não conseguiu individualizar a conduta de cada um no crime porque "não houve muita colaboração dos investigados". Os três respondem pelo mesmo delito, conforme a magistrada, pela "divisão de tarefas [deles] para proveito comum".

Ao longo do processo, os réus negaram qualquer envolvimento no delito. Eles declararam que não conheciam as vítimas e não tinham nenhuma questão que justificasse a prática do homicídio.

A reportagem acionou as defesas dos condenados. O texto será atualizado em caso de retorno.

Relembre o crime

A família foi dada como desaparecida em 28 de dezembro. Os familiares acionaram a Polícia Civil e informaram que radares registraram o veículo deles passando por Votuporanga. Os corpos foram localizados dentro do carro em avançado estado de decomposição em 1º de janeiro de 2024.

Segundo a decisão, em 28 de dezembro de 2023, João, Rogério e Danilo roubaram, mediante violência e uso de arma de fogo, aproximadamente 17 kg de cocaína e três celulares das vítimas. A ação criminosa terminou com os assassinatos de Anderson Givago Marinho, Mirele Regina Beraldo e a filha deles, Isabelly, em um canavial. Anderson era investigado pela polícia de Olímpia (SP) por envolvimento com tráfico de drogas.

Anderson saiu de Olímpia, onde vivia com a família, para entregar de droga. Os condenados teriam enviado a localização deles, no canavial, para a vítima. A mensagem foi encaminhada pelo celular de João Pedro. Conforme a decisão, os cruzamentos de dados armazenados do Google e dados celulares foi essencial para colocar João Pedro na cena do crime. Ele delatou os outros dois homens e alegou ter emprestado o seu celular e sua motocicleta para a dupla fazer um roubo. A quebra de sigilo possibilitou a análise dos dados de geolocalização e colocou os demais réus na cena do crime.

A decisão detalha como o crime ocorreu. Pela dinâmica do crime, Anderson foi entregar a droga e depois iria depois comemorar o aniversário da esposa em São José do Rio Preto, também no interior paulista. A vítima desceu do carro para entregar as substâncias ilícitas e foi alvejada. O corpo ficou caído fora do automóvel.

A esposa e a filha começaram a gritar e também foram alvejadas. A adolescente tentou ligar para a polícia enquanto o pai era executado. A polícia indicou que é possível que os criminosos não tenham visto as mulheres porque o vidro do carro era coberto por insulfilm. As caixas com as drogas roubadas não foram encontradas após o crime.

Laudos necroscópicos apontaram que as vítimas morreram devido ao choque traumático provocado por projéteis de armas de fogo. O exame pericial indicou que as vítimas foram alvejadas de surpresa, visto que não foram encontrados sinais que demonstrassem de luta ou de defesa.

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