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Polícia investiga se arma usada para matar CEO nos EUA é de impressora 3D

Luigi Mangione - Reprodução
Luigi Mangione Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/12/2024 09h02Atualizada em 10/12/2024 09h02

A arma usada para matar o CEO de uma seguradora de saúde nos EUA pode ter sido feita em uma impressora 3D, segundo o Departamento de Polícia de Nova York.

O que aconteceu

Pistola foi encontrada com Luigi Mangione, 26, suspeito de matar a tiros Brian Thompson, da UnitedHealthcare, em uma rua de Manhattan. Ele foi preso ontem (9) em uma lanchonete do McDonald's na cidade de Altoona, na Pensilvânia, após um funcionário o reconhecer e chamar a polícia. O FBI oferecia uma recompensa de US$ 50 mil (R$ 300 mil) por informações sobre paradeiro do assassino.

Arma era capaz de disparar munições de 9 mm, como as que mataram Thompson. "Pelo que sabemos até agora, a arma parece ser uma arma fantasma, que pode ter sido produzida em uma impressora 3D", afirmou Jessica Tisch, comissária da polícia de Nova York.

A arma provavelmente foi feita de forma caseira, o que deve dificultar as investigações. Após o anúncio da polícia, o prefeito de Nova York, Eric Adams, cobrou políticas a nível federal para reduzir o acesso a armas fantasmas.

Luigi Mangione é visto em uma cela de detenção após ser levado sob custódia em 9 de dezembro de 2024 em Altoona, Pensilvânia - HANDOUT/Getty Images via AFP - HANDOUT/Getty Images via AFP
Luigi Mangione em uma cela de detenção após ser levado sob custódia em 9 de dezembro de 2024 em Altoona, Pensilvânia
Imagem: HANDOUT/Getty Images via AFP

Luigi Mangione estava com vários documentos falsos no momento em que foi abordado, incluindo uma identidade de Nova Jersey que usou para fazer check-in em um albergue no Upper West Side, próximo do local do crime. Quando a polícia de Altoona perguntou se ele já tinha ido à Nova York, ele começou a tremer, segundo o documento de acusação.

Ele foi preso por apresentar um documento falso e por posse ilegal de arma. A polícia trabalha com a hipótese de que ele agiu sozinho no assassinato de Brian Thompson. Luigi passou a noite sob custódia do Departamento de Correções da Pensilvânia e deve ser transferido para Nova York.

Assassinato ocorreu há seis dias

Brian Thompson, 50, estava em frente ao Hilton de Midtown, onde uma conferência de investidores era realizada. Ele faria uma apresentação no evento, mas foi atingido pouco antes das 7h (9h, no horário de Brasília).

Policiais tentaram reanimar Thompson e o levaram a um hospital, onde a morte foi confirmada. "Estamos profundamente tristes e chocados com o falecimento de nosso querido amigo e colega Brian Thompson, diretor-executivo da UnitedHealthcare", disse a empresa em comunicado.

Suspeita de crime premeditado. O chefe dos detetives da Polícia de Nova York, Joseph Kenny, informou que o atirador chegou a pé cinco minutos antes de Thompson, que aparentemente caminhava sem seguranças em frente ao hotel. A esposa dele afirmou à TV NBC que o marido tinha recebido ameaças recentes.

Sistema de saúde nos Estados Unidos é baseado em planos privados. Os EUA são o único país desenvolvido que não tem cuidado universal de saúde. O serviço acaba sendo oferecido por empresas, que frequentemente recusam cobertura de cirurgias, medicamentos ou mesmo anestesia. Publicado em julho deste ano, um levantamento do Centro Nacional de Saúde dos EUA aponta que 25 milhões de americanos, sendo 2,8 milhões de crianças, não tinha, acesso pleno à saúde em 2023.

UnitedHealth Group faturou US$ 100 bilhões no terceiro trimestre de 2024. A UnitedHealthcare, administrada pela vítima, é um braço da companhia que administra produtos de saúde, como Medicare e Medicaid, para pessoas idosas e de baixa renda, financiados pelos orçamentos estatais.

UnitedHealthcare é a seguradora de saúde que mais nega pedidos de pacientes. Um levantamento publicado pela Forbes e pelo Boston Globe mostra que a UnitedHealthcare nega 32% dos pedidos de seus pacientes. A média nacional dos Estados Unidos é de 16%.

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