Suspeito de assassinar CEO em Nova York é preso na Pensilvânia
O suspeito de assassinar o CEO de uma gigante de seguros médicos na semana passada em Nova York foi acusado de assassinato na segunda-feira (9), informou a imprensa americana.
Luigi Mangione, 26 anos, foi acusado sob suspeita de homicídio, três infrações relacionadas com armas de fogo e por falsificação, segundo os documentos judiciais citados pelo jornal The New York Times e pela rede CNN.
O suspeito foi detido na segunda-feira na Pensilvânia, no âmbito da investigação sobre o assassinato na semana passada de Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, informaram a polícia e a prefeitura da cidade de Altoona.
"Membros do Departamento de Polícia de Altoona prenderam Luigi Mangione, um homem de 26 anos, por posse de arma de fogo. Neste momento, acreditamos que ele seja a pessoa que estamos procurando", disse Jessica Tisch, chefe da polícia de Nova York, durante uma coletiva de imprensa ao lado do prefeito de Nova York, Eric Adams.
O homem foi levado pela polícia local para um tribunal de Pensilvânia depois das 18h locais (20h em Brasília) de segunda-feira, e acompanhado por detetives de Nova York, onde foi processado, segundo mostraram meios de comunicação americanos.
Em um interrogado mais cedo, os investigadores o acusaram de posse de identidades falsas e uma arma.
A arma encontrada com ele tinha características semelhantes à utilizada para assassinar o executivo Brian Thompson, de acordo com a NBC News e outros meios de comunicação, citando fontes próximas ao caso.
Mangione deve comparecer perante um tribunal em 23 de dezembro.
As autoridades investigam a possibilidade de que o autor do crime tenha usado uma pistola veterinária de cano longo, normalmente utilizada para sacrificar animais, para cometer o assassinato.
O suspeito foi visto em um restaurante McDonald's em Altoona por um cliente, que alertou as autoridades, informou o jornal The New York Times.
Ele também possuía documentos falsos semelhantes aos utilizados pelo assassino antes do crime, acrescentou o veículo.
Uma delas foi a utilizada para se registrar em um albergue de Manhattan antes do ataque, descoberta junto de um documento que falava da "motivação e a mentalidade" de Mangione, disse a polícia de Nova York.
Mangione nasceu e cresceu em Maryland, estudou na Universidade da Pensilvânia e morou no Havaí antes de cometer o homicídio.
Segundo o New York Times, que citou amigos de Mangione, ele sofria fortes dores nas costas e no ano passado foi submetido a uma cirurgia por esta condição.
Membros de sua família divulgaram um comunicado no qual afirmam que estão "chocados e devastados com a detenção de Luigi".
A polícia disse à imprensa que Mangione possuía material que sugeria que ele tinha "má vontade com os Estados Unidos corporativos".
- Crime descarado -
O atirador se aproximou por trás de Thompson, de 50 anos, e disparou contra ele na última quarta-feira, na frente de transeuntes, em um ataque capturado por uma câmera de segurança e visto por milhões de pessoas desde então.
As imagens de vídeo mostram Thompson na calçada em frente ao New York Hilton Midtown, quando um homem vestido com um capuz e com a parte inferior do rosto coberta se aproxima por trás e dispara várias vezes, fazendo com que o executivo caia no chão.
O assassino fugiu de bicicleta em direção ao Central Park, o imenso pulmão verde de Manhattan, onde seu rastro foi perdido.
Enquanto o Departamento de Polícia de Nova York disse à AFP que os detetives não tinham novidades, o Departamento de Polícia de Altoona não respondeu aos pedidos de comentários sobre o homem detido.
- Possível vingança? -
Thompson estava em uma conferência com investidores no distrito comercial de Midtown. O crime ocorreu em frente ao hotel Hilton, em uma das áreas mais movimentadas do distrito de Manhattan, centro turístico da cidade de Nova York.
A polícia ainda não revelou possíveis motivos e não confirmou relatos da imprensa que indicavam que as palavras "demorar" e "negar" - termos comumente usados pelas seguradoras para rejeitar reclamações - estavam escritas nas cápsulas de bala encontradas na cena do crime.
O UnitedHealth Group é uma das maiores companhias de seguros médicos nos Estados Unidos, com 440 mil funcionários. No terceiro trimestre do ano, faturou 100,8 bilhões de dólares (R$ 610,4 bilhões na cotação atual).
Pai de dois filhos, Thompson estava na empresa há mais de 20 anos e, desde 2021, dirigia sua subsidiária de saúde, a UnitedHealthcare, que conta com cerca de 140 mil funcionários e oferece planos de saúde para empregadores privados e pessoas seguradas por programas estatais como o Medicare e o Medicaid.
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