PF tenta localizar fugitivos do 8 de Janeiro no Peru após reportagem do UOL
A Polícia Federal disse ao UOL que tenta localizar no Peru fugitivos dos ataques golpistas aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
O que aconteceu
O UOL revelou que militantes investigados e condenados pelos ataques fugiram novamente, desta vez, da Argentina para a Colômbia e o Peru. Por meio de duas rotas — uma pelo Chile e outra pela Bolívia — eles tentam chegar aos Estados Unidos.
A Polícia Federal, que coordena a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) no Brasil, afirmou à reportagem que tem trocado informações com polícias parceiras nos países da América Latina para localizar os fugitivos.
Temos recebido e intercambiado informações de e com nossos parceiros na América Latina com relação à movimentação dos foragidos do 08/01. Estamos atuando em conjunto, inclusive com nossos adidos, no sentido de localizá-los. A partir disso, comunicaremos ao STF para que redirecione os processos de extradição.
Polícia Federal, em comunicado ao UOL
O próximo passo é acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para a extradição dos foragidos. O mesmo pedido do STF, já entregue à Argentina, só precisa ser direcionado às autoridades do Peru e da Colômbia, quando houver confirmação da informação.
Na sexta-feira (6), a Interpol do Peru disse à reportagem que, com base nas informações do UOL confirmadas pelos policiais, procurou as autoridades brasileiras. "Com base na informação que vocês nos deram e obtivemos confirmação, oferecemos nossa cooperação internacional", disse a Polícia Nacional do Peru, que coordena a Interpol no país.
O UOL solicitou hoje (9) informações à polícia e ao serviço de imigração da Colômbia, mas ainda não obteve esclarecimentos.
Mais de 30 fugitivos deixaram a Argentina desde novembro quando o país começou a prender militantes com base em pedidos de extradição vindos do Brasil. A reportagem obteve a identidade de cinco deles, que entraram no Peru em 19 e 24 de novembro. Parte do grupo já está na Colômbia.
Muitos dos fugitivos viajaram sem documentos. Outros conseguiram cruzar fronteiras usando passaporte, segundo informou Jose Luis Quiroz, coronel da Polícia Nacional do e chefe da Interpol no Peru.
Na semana passada, o diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal, Felipe Seixas, afirmou que havia monitoramento de "possível fuga" dos militantes da Argentina para outros países. "Também estamos acompanhando de perto, juntamente com nossos adidos policiais, uma possível fuga dessas pessoas para países que fazem fronteira com a Argentina", disse. Naquele momento, fugas já haviam acontecido, da Argentina para o Peru e a Colômbia, conforme revelou o UOL.