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Hezbollah condena ataques israelenses na Síria após queda de Assad

Bombardeio é visto no horizonte em Palmira, na Síria - Reprodução de vídeo
Bombardeio é visto no horizonte em Palmira, na Síria Imagem: Reprodução de vídeo
do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/12/2024 20h29

O grupo islâmico libanês Hezbollah criticou, nesta segunda-feira (9), o aumento dos ataques de Israel contra a Síria e declarou apoiar o povo sírio.

O que aconteceu

O Hezbollah condenou a série de ataques aéreos de Israel contra o território sírio após a queda de Bashar al-Assad, em seus primeiros comentários desde que rebeldes depuseram o presidente.

Em nota, o movimento —que é pró-iraniano— criticou Israel por "ocupar mais territórios nas colinas de Golã" e "bombardear e destruir as capacidades defensivas do Estado sírio". "Apoiamos a Síria e seu povo e destacamos a necessidade de preservar a unidade deste país", acrescentou.

O governo israelense alega que o objetivo dos ataques era destruir armas antes que pudessem ser usadas por rebeldes. "O único interesse que temos é a segurança de Israel e de seus cidadãos. É por isso que atacamos sistemas de armas estratégicas, como, por exemplo, armas químicas restantes, ou mísseis e foguetes de longo alcance, para que não caiam nas mãos de extremistas", afirmou Gideon Saar, das Relações Exteriores.

Ele também afirmou que a presença de tropas israelenses em uma zona desmilitarizada nas Colinas de Golã é uma medida "limitada e temporária". A ordem partiu do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu após rebeldes tomarem o poder na Síria.

Imagens divulgadas pelo Exército de Israel mostram os blindados avançando sobre o território sírio. As Colinas de Golã foram tomadas da Síria por Israel em 1967 e anexadas unilateralmente em 1981. A Jordânia, que faz fronteira com o território, denunciou a medida. "É uma violação do direito internacional, uma escalada inaceitável e uma ofensa à soberania de um Estado árabe".

Netanyahu comemorou a queda de Assad, dizendo que sua saída foi resultado direto das ações de Israel na região. Mas especialistas dizem se tratar de uma consequência não intencional. No início da ofensiva rebelde na Síria, Netanyahu alertou Assad que ele estava "brincando com fogo" ao apoiar o Hezbollah e ajudar a transferir armas para o Líbano.

O que aconteceu na Síria?

Líderes rebeldes derrubaram estátuas de Hafez al-Assad, pai de Bashar al-Assad que deu origem a uma ditadura de mais de cinco décadas, e anunciaram a libertação de ao menos 3,5 mil prisioneiros na cidade de Homs em meio ao anúncio de deposição do governo.

Bashar al-Assad fugiu do país de avião e recebeu asilo político em Moscou, conforme anunciou a mídia estatal local.

O principal grupo rebelde sírio surgiu de uma dissidência da Al Qaeda. Foi ele quem anunciou a deposição do governo Bashar al-Assad na Síria e avançou para a capital Damasco.

A Síria vive guerra civil há 13 anos após repressão aos protestos durante a Primavera Árabe. O movimento contestava os regimes autoritários. Em uma primeira fase, o conflito envolveu terroristas ligados ao Estado Islâmico e à Al Qaeda, com apoio dos Estados Unidos e da Turquia.

*Com informações da AFP

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