Israel nega ter bombardeado hospital Kamal Adwan no norte de Gaza
Israel negou ter atacado nesta sexta-feira (6) o hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza, afirmando que suas operações ocorreram nas proximidades do local, após socorristas e o diretor do hospital acusarem o Exército de bombardeá-lo.
"Ao contrário do que foi relatado nos últimos dias, o Exército israelense não atacou o hospital Kamal Adwan ou realizou operações no interior" do local, disse um comunicado militar, acrescentando que continuava suas "ações antiterroristas na região de Jabaliya, incluindo áreas próximas ao hospital Kamal Adwan".
O comunicado foi divulgado após a Defesa Civil de Gaza anunciar que ao menos 29 pessoas morreram nesta sexta em bombardeios israelenses ao redor do hospital, um dos poucos ainda em funcionamento no norte do território.
O diretor do hospital, Hosam Abu Safieh, afirmou que o centro médico foi alvo de diversos bombardeios nesta sexta.
"Houve uma série de ataques aéreos nos lados norte e oeste do hospital, acompanhados de fogo intenso e direto", disse Safieh, que indicou que quatro membros da equipe morreram e que já não há cirurgiões no local.
Mahmoud Basal, porta-voz da Defesa Civil de Gaza, informou pela manhã que o Exército israelense invadiu o hospital, retirou pacientes e prendeu vários palestinos.
A cidade de Beit Lahia tem sido palco de uma intensa operação militar israelense nos últimos dois meses, situação que se intensificou nos últimos dias, obrigando milhares de pessoas a fugir sob bombardeios, segundo a Defesa Civil.
O Exército israelense invadiu o hospital Kamal Adwan várias vezes desde o início da guerra, há quase 14 meses.
O hospital relatou que o diretor da unidade de terapia intensiva (UTI), Ahmad al Kahlut, morreu em um ataque aéreo no final do mês passado.
A invasão mais recente ao centro de saúde ocorreu poucos dias após a Organização Mundial da Saúde (OMS) informar que uma equipe médica de emergência havia chegado ao hospital pela primeira vez em 60 dias.
Desde o começo da operação israelense no norte de Gaza, no início de outubro, o hospital praticamente não recebeu ajuda, ficando sem a maioria dos suprimentos, incluindo combustível.
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