Topo
Notícias

Josias: Eduardo Bolsonaro ameaça o país com uma candidatura à Presidência

do UOL

Do UOL, em São Paulo

05/12/2024 12h54

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ameaça o país ao se colocar como um "plano B" para a direita na eleição presidencial de 2026 caso o pai dele, Jair Bolsonaro, continue inelegível, opinou o colunista Josias de Souza no UOL News, do Canal UOL, nesta quinta-feira (5).

[Eduardo Bolsonaro] ameaça o país com uma candidatura presencial. Ele disse 'eu posso ser o plano B'. Veja que ameaça grave é essa.
Josias de Souza, colunista do UOL

No UOL News, a jornalista Mônica Bergamo também comentou a declaração dada por Eduardo em um painel da Conferência de Ação Política Conservadora, realizada na Argentina.

Eu acho que a família Bolsonaro e o Bolsonaro não vão querer passar esse bastão facilmente. Eles de fato têm muita popularidade, têm muitos votos, não são os donos da direita como o Pablo Marçal mostrou na eleição municipal de São Paulo, mas eles têm um patrimônio político, vamos dizer assim.

Então, eu acho que usam essas falas, essas alternativas para não deixar, para não animar muitos outros políticos da direita. Se eles admitissem, bom, se Bolsonaro estiver inelegível, então nós vamos apoiar outra pessoa. Eu sou essa outra pessoa. Monica Bergamo, colunista da Folha, durante participação no UOL News.

Josias: Família Bolsonaro ficou 'zonza' com inquérito

A fala do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) mostra que a família do ex-presidente ficou "zonza" com as investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe, acrescentou Josias de Souza.

A Constituição brasileira prevê que o regime democrático é feito de alternância no poder: quem perde reconhece o resultado e passa a faixa. Ele não fez isso, agora não consegue se defender, porque os documentos são muito eloquentes.

Então, o Flávio tenta ecoar o pai, mas como disse, eles estão com esse comportamento de gente zonza. Ele está zonzo, o próprio pai está zonzo, a família está zonza.
Josias de Souza, colunista do UOL

O colunista se refere à declaração feita pelo senador, filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que sugeriu em entrevista ao UOL que investigadores que concluíram o inquérito sobre plano de golpe de Estado usaram drogas. Ele também classificou o processo como uma "verdadeira feijoada".

A Polícia Federal indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas sob suspeita dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Na lista dos indiciados constam vários militares, entre eles, Braga Netto (PL) e Estevam Theophilo, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército. Ao todo, sete generais e um almirante foram denunciados.

Qualificar a investigação ao chamar de uma 'grande feijoada' aquilo que tem tudo de porco, mas não é porco nenhum na opinião da família. Eles tentam desmerecer e desqualificar os investigadores. A hora é de apresentar a defesa crível, mas o Bolsonaro tem dificuldades de que questionar o que é inquestionável. Os documentos que lá estão. Ele até admite que teve a minuta, mas eu estava apenas discutindo alternativas que estavam dentro da Constituição. Josias de Souza, colunista do UOL

PF detalha plano para golpe

As investigações apontaram que os indiciados se estruturaram por divisão de tarefas. Isso teria permitido a "individualização das condutas e a constatação da existência de grupos", segundo a PF.

A investigação reuniu mensagens de celular, vídeos, gravações, depoimentos da delação premiada de Mauro Cid e um conjunto de documentos. Em quase dois anos, a equipe da Diretoria de Inteligência da Polícia Federal reuniu elementos, que incluem a minuta de um decreto golpista para decretar "Estado de sítio" no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o vídeo de uma reunião ministerial de Bolsonaro na qual o então presidente chega a afirmar que era necessário agir antes das eleições.

Trama incluía até plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes. Estratégia detalhada foi encontrada no HD do general da reserva Mario Fernandes, um dos presos da operação da PF na terça (19) que investigava a tentativa de militares de matar os políticos.

Militares rasgaram minuta de golpe, diz PF

Mensagens recuperadas pela Polícia Federal indicam que aliados de Bolsonaro continuaram mobilizados até janeiro de 2023, mesmo após a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para conseguir a adesão do Exército ao plano de golpe.

Segundo a PF, diálogos de militares recuperados na Operação Contragolpe mostram que o então braço direito de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, às vésperas dos atos do 8 de Janeiro, "tinha ciência de que algo ainda estava por acontecer, que no seu entendimento seria bom para o Brasil".

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. O Canal UOL também está disponível na Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64) e no UOL Play.

Veja a íntegra do programa:

Notícias