Veterinários do Rio correm para salvar garça com copo de plástico entalado na garganta
Por Sergio Queiroz
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Veterinários do Rio de Janeiro estão correndo contra o relógio para encontrar e salvar uma garça que foi vista com um copo de plástico preso a sua garganta. Eles estimam que o animal possa morrer em cinco dias caso o objeto não seja removido.
Jeferson Pires, veterinário e biólogo que trabalha na clínica de animais selvagens da Universidade Estácio, avistou a ave nesta semana na vegetação ciliar do oeste do Rio e compartilhou a cena nas redes sociais.
"Apesar de nós encontrarmos de maneira frequente a presença de plásticos dentro dos estômagos de animais, um caso como esse a gente nunca chegou a pegar", disse ele à Reuters nesta quarta-feira, enfatizando o tamanho do copo, que aparenta ser uma garrafa de 200 mililitros de guaraná.
A garça não conseguirá comer com um objeto daquele tamanho preso horizontalmente em sua garganta, deve ficar cada vez mais fraca e morrer de fome dentro de três a cinco dias, afirmou o especialista.
“O ser humano ainda não se tocou que nós precisamos da natureza para viver, e ela não precisa de nós para viver”, disse a ambientalista Isabelle de Loys, acrescentando que a situação ambiental do Rio de Janeiro e do Brasil está piorando.
O plano dos veterinários para salvar a garça-moura -- a maior das espécies de garça na América Latina -- consiste em capturar a ave assim que ela estiver fraca demais para voar e realizar uma cirurgia para remover o copo, segundo Pires.
Para salvar o animal, primeiro os veterinários terão de localizá-lo no momento correto e, depois, capturar a ave de 1,25 metro de altura e 1,8 metro de envergadura, acrescentou.
(Reportagem de Sergio Queiroz no Rio de Janeiro)