Remédio para dor na barriga: o que é bom tomar e o que realmente funciona?
Quem nunca sentiu aquela dor na barriga bastante desagradável depois de se alimentar ou que aparece de forma repentina? Na dúvida para diminuir o problema, existem muitos tipos de remédios para dor de barriga que podem ser usados.
Esse desconforto costuma ter várias causas: pode ser consequência de problemas na vesícula, nos rins, intestino e também no estômago.
Em algumas pessoas, além da dor na região abdominal, surgem sintomas como azia, perda de apetite, náuseas e vômitos. Em casos mais graves, há febre e diarreia.
É bastante comum que, ao ter algum tipo de dor abdominal, o indivíduo recorra à automedicação, ou seja, use medicamentos por conta própria para controlar o problema. É importante frisar que a automedicação nunca é recomendada, procure um profissional.
Remédios para dor de barriga: o que tomar?
Antiácidos e bloqueadores de bombas de prótons
Age contra a gastrite, que costuma provocar uma queimação e desconforto bastante incômodo na região do estômago. A condição trata-se de uma inflamação da mucosa interna do órgão. É comum que o indivíduo também sinta azia e náuseas, principalmente após as refeições.
As principais medicações recomendadas são os antiácidos líquidos, que neutralizam o ácido do estômago e aliviam temporariamente a dor ou sensação de queimação. No entanto, eles não curam a gastrite.
Entre os antiácidos mais frequentes, estão: hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio, carbonato de cálcio ou bicarbonato de sódio.
Além disso, após o diagnóstico de gastrite, o especialista pode indicar os bloqueadores de bombas de prótons, que agem reduzindo a produção de ácido estomacal, por meio da inibição da bomba de prótons, que está presente nas células da parede do órgão.
Entre os mais conhecidos bloqueadores de bombas de prótons estão: omeprazol, pantoprazol e o lansoprazol.
Antiflatulentos
Em alguns casos, o excesso de gases causa desconfortos intensos na região da barriga. Para essa situação, são indicados medicamentos antiflatulentos, que melhoram o estufamento e a distensão abdominal.
São considerados seguros, uma vez que não são absorvidos pela corrente sanguínea, atuando somente no caminho por onde passam as fezes.
Entre eles, destaca-se a simeticona (ou no nome comercial de Luftal).
Antiespasmódicos
A dor na barriga também pode ocorrer devido a cólicas intestinais e também menstruais.
Nesses casos, indicam-se medicamentos antiespasmódicos, que são usados para tratar sintomas como cólica, inchaço e dor abdominal e também para reduzir a motilidade do intestino. Também são indicados para diminuir desconfortos da síndrome do intestino irritável.
Entre eles, destaca-se o butilbrometo de escopolamina (ou Buscopan).
Antibióticos
O uso de antibióticos é indicado quando a dor na barriga é provocada por uma infecção bacteriana. Nesses casos, é acompanhada de febre, náuseas, vômitos e diarreia.
Além disso, outras condições de saúde, que causam dor na região da barriga, exigem o uso de antibióticos e cirurgias. Entre elas, estão apendicite e pedra na vesícula.
Mas vale destacar que os antibióticos só devem ser usados em situações específicas. O uso rotineiro deste tipo de medicamento provoca o aumento de resistência das bactérias.
Entre os antibióticos mais comuns, estão ciprofloxacino, doxiciclina ou metronidazol.
Quando buscar ajuda médica?
É importante buscar ajuda médica quando a dor na barriga persistir por mais de três dias ou vier acompanhada de diarreia, febre e vômito.
Quando há dor na região abdominal com diarreia acompanhada de sangramento ou muco nas fezes, com perda de peso exige investigação imediata.
Se o problema é crônico, ou seja, persiste por semanas, o indivíduo precisa fazer um acompanhamento com um especialista, geralmente um gastroenterologista.
Geralmente, o médico solicita exames, como colonoscopia e endoscopia, que são específicos de imagem e servem para diagnosticar doenças, como autoimunes, inflamações e até câncer.
Cuidados com a alimentação
Quem está com dor na barriga precisa manter uma dieta leve e optar por alimentos de fácil digestão.
A recomendação é investir em frutas, como bananas e maçãs, e também batatas cozidas, arroz branco, torradas e biscoitos de água e sal.
Por outro lado, o ideal é ficar longe de alimentos apimentados, condimentados, frituras, gorduras e processados.
Fontes: Jean Rodrigo Tafarel, gastroenterologista e professor; Decio Chinzon, gastroenterologista; Antonio Guilherme Melo, gastroenterologista; e Vanessa Prado, cirurgiã do aparelho digestivo.
*Com reportagem de março de 2023