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ONG acusa Israel de crime de guerra por 'transferência forçada' em Gaza

Palestinos deslocados de abrigos em Beit Hanoun cruzam a estrada principal de Salaheddine para Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, após ordens de evacuação do exército israelense em 12 de novembro de 2024 - OMAR AL-QATTAA/AFP
Palestinos deslocados de abrigos em Beit Hanoun cruzam a estrada principal de Salaheddine para Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, após ordens de evacuação do exército israelense em 12 de novembro de 2024 Imagem: OMAR AL-QATTAA/AFP

14/11/2024 05h59Atualizada em 14/11/2024 07h55

A organização Human Rights Watch afirmou em um relatório divulgado nesta quinta-feira (14) que as repetidas ordens israelenses de evacuação em Gaza constituem um "crime de guerra de transferência forçada" e de "limpeza étnica" em partes do território palestino.

"A Human Rights Watch (HRW) acumulou evidências de que as autoridades israelenses estão (...) cometendo o crime de guerra de transferência forçada", destaca relatório.

O texto acrescenta que "as ações israelenses parecem se encaixar na definição de limpeza étnica" em áreas para as quais os palestinos não poderão retornar.

Nadia Hardman, pesquisadora da HRW, destacou que as conclusões do relatório de 172 páginas são baseadas em entrevistas com moradores deslocados de Gaza, imagens de satélite e reportagens públicas realizadas até agosto de 2024.

Embora Israel afirme que o deslocamento é justificado pela segurança de civis ou por um imperativo militar, Hardman ressalta que "Israel não pode simplesmente depender da presença de grupos armados para justificar o deslocamento de civis".

"Israel teria que demonstrar em cada caso que o deslocamento de civis era a única opção para cumprir o direito humanitário internacional".

Segundo a ONU, 1,9 milhão de palestinos foram deslocados em Gaza até outubro de 2024. Antes da guerra, iniciada em 7 de outubro de 2023, a população do território era de 2,4 milhões, segundo dados oficiais.

"Fazer com que grandes partes de Gaza sistematicamente se tornem inabitáveis (...) em alguns casos de forma permanente (...) constitui uma limpeza étnica", disse Ahmed Benchemsi, porta-voz da HRW para o Oriente Médio, em uma entrevista coletiva.

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