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'Bem-vindo de volta': o gosto amargo para Biden do retorno de Trump à Casa Branca

O presidente dos EUA, Joe Biden, aperta a mão do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, durante uma reunião no Salão Oval da Casa Branca em Washington, DC, em 13 de novembro de 2024 - SAUL LOEB/AFP
O presidente dos EUA, Joe Biden, aperta a mão do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, durante uma reunião no Salão Oval da Casa Branca em Washington, DC, em 13 de novembro de 2024 Imagem: SAUL LOEB/AFP

RFI*

13/11/2024 16h29

Um tom cortês permeou a conversa entre dois homens que se odeiam: Joe Biden deu as boas-vindas a Donald Trump na Casa Branca nesta quarta-feira (13), onde o republicano, após uma vitória retumbante na eleição presidencial, se instalará definitivamente depois de tomar posse em 20 de janeiro.

Um tom cortês permeou a conversa entre dois homens que se odeiam: Joe Biden deu as boas-vindas a Donald Trump na Casa Branca nesta quarta-feira (13), onde o republicano, após uma vitória retumbante na eleição presidencial, se instalará definitivamente depois de tomar posse em 20 de janeiro.

Depois de apertar a mão do chefe de Estado que está deixando o cargo no Salão Oval, Donald Trump, o 45º e, em breve, 47º presidente norte-americano declarou que a transição seria "a mais tranquila possível".

Os dois homens fizeram declarações muito breves antes de iniciar a reunião, que contou com a presença de seus respectivos chefes de gabinete (Jeff Zients para Joe Biden e Susie Wiles para Donald Trump).

"Faremos tudo o que pudermos para garantir que você tenha tudo o que precisa", disse Joe Biden, que nos últimos anos descreveu Donald Trump com frequência como um perigo para a democracia americana.

"Cargo mais famoso do mundo"

Ele deu seus "parabéns" ao presidente eleito e desejou a ele um "bem-vindo de volta" ao "cargo mais famoso do mundo", que Donald Trump ocupou de 2017 a 2021.

Este é um momento considerado humilhante para Joe Biden. Ele não só corre o risco de ver grande parte de seu histórico desmantelado pelo novo governo, como também é acusado em seu próprio partido de ter contribuído para o triunfo eleitoral de seu grande rival, ao se manter por tempo demais na busca por um segundo mandato.

"A política é difícil, e muitas vezes não é um mundo muito agradável. Mas hoje é um mundo agradável e eu sou grato", disse o republicano, autor do retorno mais extraordinário da história política global recente.

Trump mesmo rompeu com todos os costumes da cortesia democrática ao não convidar Biden depois de ser derrotado por ele na eleição presidencial de 2020, o que republicano nunca reconheceu, e depois ao evitar a cerimônia de posse do democrata, em 20 de janeiro de 2021.

Em sua chegada nesta quarta-feira, ele se reuniu brevemente com a primeira-dama Jill Biden, que o presenteou com uma carta de felicitações para sua esposa Melania Trump, que estava ausente.

Donald Trump se apresentou primeiro a um grupo de republicanos, com quem discutiu a possibilidade de concorrer novamente à Casa Branca no final de seu segundo mandato, o que é proibido pela Constituição dos EUA.

"Não acho que vou concorrer novamente, a menos que vocês digam a si mesmos: 'Tudo bem, temos que considerar outra coisa'", declarou ele, para risos da plateia.

Donald Trump está sendo processado por tentar anular os resultados da eleição de 2020. Ele também se tornou o primeiro presidente da história a ter uma condenação criminal, em um caso envolvendo pagamentos ocultos a uma ex-atriz pornô.

Radicalização

Donald Trump está em processo de formação de sua futura equipe, com uma série de nomeações, cada uma mais radical que a anterior.

Entre as mais recentes anunciadas pelo presidente eleito: o homem mais rico do planeta, Elon Musk, para chefiar uma nova "Comissão de Eficiência Governamental", juntamente com o empresário republicano Vivek Ramaswamy, que já prometeu no X que agirá "sem rodeios".

Se os três ricos empresários chegarem a um acordo duradouro, eles poderão fazer cortes draconianos no orçamento federal da maior potência do mundo, e desregulamentar a cada passo.

Durante a campanha, Elon Musk sugeriu que a comissão poderia fazer cortes de até US$ 2 trilhões no orçamento federal, um valor que excede os orçamentos combinados da Defesa, Educação e Segurança Interna.

Em um sinal da importância que adquiriu com Donald Trump, o chefe da Tesla acompanhará o vencedor presidencial em vários estágios.

Melania Trump, a esposa do futuro presidente, anunciou que estaria ausente, sem dar um motivo, mas desejando "grande sucesso" ao marido.

Para seu retorno a Washington, Donald Trump terá carta branca: seu partido conquistou a maioria no Senado e deve manter o controle da Câmara dos Deputados, de acordo com uma contagem ainda em andamento.

Ele também pode contar com uma Suprema Corte firmemente ancorada na extrema direita.

*(Com AFP)

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