Liquidadores da plataforma de criptmoedas FTX exigem US$ 1,8 bi da Binance
Os liquidadores da extinta empresa FTX, de negociação de criptomoedas, levaram sua antiga concorrente Binance aos tribunais dos Estados Unidos, exigindo quase 1,8 bilhão de dólares (R$ 10,4 bilhões) que receberam em uma transação que consideram ilegal.
Por esse motivo, recorreram ao tribunal federal do estado de Delaware, especializado em falências empresariais, de acordo com uma citação datada de domingo e consultada pela AFP nesta segunda-feira (11).
A FTX, antiga afiliada da Binance, declarou falência em novembro de 2022, devido aos saques em massa de clientes após revelações públicas sobre a gestão inadequada da plataforma.
Em março de 2024, após um julgamento de cinco semanas, o cofundador e principal acionista da FTX, Sam Bankman-Fried, foi condenado a 25 anos de prisão por fraude e conspiração criminal.
No momento do colapso da FTX, quase 9 bilhões de dólares (R$ 47,8 bilhões na cotação da época) em depósitos de clientes haviam desaparecido dos cofres da empresa, sendo usados por outra companhia, a Alameda, sem o conhecimento dos investidores.
O plano de liquidação foi aprovado no início de outubro pelo juiz federal John Dorsey. Ele prevê que os clientes da plataforma receberão mais do que o que lhes era devido, algo raro em um procedimento desse tipo.
Foi assim que acusaram a Binance de revender à FTX os 20% que o grupo detinha no capital de seu concorrente por 1,76 bilhão de dólares (cerca de 8,8 bilhões na cotação da época) em julho de 2021, quando a plataforma já deveria ter sido declarada insolvente.
Segundo o depoimento de Caroline Ellison, ex-executiva da Alameda e namorada de Sam Bankman-Fried, para realizar essa transação foram utilizados cerca de 1 bilhão de dólares (R$ 5 bilhões na cotação da época) em depósitos de clientes, sem a autorização dos envolvidos.
No novo documento judicial, é mencionado que Sam Bankman-Fried queria recomprar a participação adquirida pela Binance em novembro de 2019, para enviar "um falso sinal de força ao mercado".
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