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Criança também foi vítima de técnico de enfermagem em Curitiba, diz MP

Técnico de enfermagem gravava pelo celular abusos sexuais cometidos contra pacientes do sexo masculino em unidades de saúde no Paraná - Polícia Civil do Paraná
Técnico de enfermagem gravava pelo celular abusos sexuais cometidos contra pacientes do sexo masculino em unidades de saúde no Paraná Imagem: Polícia Civil do Paraná
do UOL

Do UOL, em São Paulo

11/11/2024 15h39Atualizada em 11/11/2024 21h32

O técnico de enfermagem preso em Curitiba acusado de crimes sexuais também é investigado por supostamente fotografar a parte íntima de uma criança de quatro anos. A informação foi divulgada pelo MP-PR.

O que aconteceu

Wesley da Silva Ferreira, 25, teria entrado no quarto em que a criança estava internada e a fotografado. "Ele não era responsável pelos cuidados dessa vítima, mas, por ser profissional que atende nessa unidade, ele acabou tendo acesso privilegiado a essa criança", explicou a promotora Tarcila Teixeira a jornalistas na sexta-feira (8).

Os abusos foram cometidos entre novembro de 2023 e outubro deste ano contra seis vítimas, segundo a denúncia. Quatro delas já foram identificadas, sendo que uma já morreu. Um ex-companheiro do acusado também aparece como vítima por ter sido infectado com o HIV após manter relação sexual com Wesley sem saber que ele vivia com o vírus.

Outras pessoas que se relacionaram com o técnico de enfermagem também podem ter sido infectadas. "Já concluímos que teremos muitas outras vítimas, contudo há a necessidade de identificação, até por conta da comprovação material do delito", explicou Tarcila.

O técnico de enfermagem foi denunciado por: estupro de vulnerável; registro e compartilhamento não autorizado de intimidade sexual; produção de conteúdo pornográfico envolvendo criança; armazenamento de conteúdo pornográfico infantil; lesão corporal de natureza grave pela transmissão de doença incurável (HIV).

As promotoras Tarcila Teixeira e Laryssa Honorato também pediram indenização por danos morais a cada uma das vítimas e por danos coletivos. Elas também oficiaram a Polícia Civil do Paraná para que a investigação sobre o caso siga em andamento para identificação de possíveis novas vítimas e perícia no celular do acusado.

O prejuízo atinge a sociedade como um todo porque macula a própria saúde pública, a confiança que a população tem na saúde pública, a segurança em estar sob cuidados, tutela do Estado em uma unidade de saúde Promotora Tarcila Teixeira

O UOL não conseguiu localizar a defesa de Wesley. O espaço segue aberto para manifestação.

Entenda o caso

O técnico de enfermagem gravava os abusos sexuais. O caso começou a ser investigado após uma pessoa com a qual ele mantinha relacionamento encontrar os vídeos dos abusos no celular do autor do crime.

As vítimas dos abusos eram do sexo masculino, segundo a Polícia Civil.

Gravações foram feitas em duas unidades de saúde onde o autor do crime trabalhava. Na casa dele, policiais apreenderam medicamentos subtraído dos hospitais, como morfina, fentanil e quetamina.

Como denunciar violência contra crianças e adolescentes

Denúncias sobre violência contra crianças e adolescentes podem ser feitas pelo Disque 100 (inclusive de forma anônima), na delegacia de polícia mais próxima e no Conselho Tutelar de cada município.

Se for um caso de violência que a pessoa estiver presenciando, pode ligar no 190, da Polícia Militar, para uma viatura ir no local. Também é possível se dirigir ao Fórum da Cidade e procurar a Promotoria da Infância e Juventude.

Quem não denuncia situações de perigo, abandono e violência contra crianças e adolescentes pode responder pelo crime de omissão de socorro, previsto no Código Penal. A lei Henry Borel também prevê punições pra quem se omite.

Funcionários públicos que se omitem no exercício de seus cargos, em escolas, postos de saúde e serviços de assistência social, entre outros, podem responder por crime de prevaricação.

Como denunciar violência médica

Em casos de violência cometida por um profissional de saúde, seja obstétrica ou sexual, é possível fazer denúncias em diversos canais.

Você pode procurar a ouvidoria do próprio hospital ou clínica. Também recebe denúncias o conselho regional de medicina de cada Estado (é possível encontrar informações neste link acessando a aba contatos). Caso o denunciado seja um enfermeiro, auxiliar ou técnico, procure o conselho de enfermagem da região (veja contatos dos órgãos por Estado neste link).

O Ministério Público Federal é outro órgão que pode receber denúncias, inclusive pela internet, neste link. Ainda podem ser acionados o Ministério da Mulher por meio do Ligue 180, canal do governo federal que funciona 24 horas por dia —funciona também por WhatsApp no número (61) 9610-0180 ou clicando neste link. O Disque Saúde, do Ministério da Saúde, é outra alternativa, e funciona no número 136.

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