Após polêmicas, aluguel de patinetes elétricas volta à cidade de São Paulo
O serviço de aluguel patinetes elétricas fez sucesso em São Paulo após chegar à cidade, em 2018.
No ano seguinte, após relatos de acidentes, reclamações sobre o uso de calçadas e apreensão de veículos irregulares pela prefeitura local, que regulamentou o serviço durante o primeiro mandato do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), empresas do ramo deixaram de operar no município - apesar de o aluguel das patinetes não ter sido proibido pela gestão municipal.
Agora, esses veículos, que não deixaram de circular em outras cidades, voltarão a ficar disponíveis na capital paulista já neste mês de novembro.
Por meio de nota, a Prefeitura de São Paulo informa ao UOL Carros que, ao menos neste primeiro momento, apenas as operadoras Whoosh e JET estão credenciadas pelo CMUV (Comitê Municipal do Uso do Viário) para iniciar a oferta das patinetes na cidade.
A Whoosh, multinacional de micromobilidade que já atua nos municípios do Rio de Janeiro, Florianópolis e Porto Alegre, será a primeira empresa de aluguel de patinetes elétricas autorizada a operar nessa nova fase em São Paulo. A companhia informa que iniciará suas operações na capital paulista até o final de novembro de 2024.
"Muita gente ainda pensa que as patinetes elétricas são proibidas, mas isso não é verdade. Com o nosso credenciamento, a Whoosh está aqui para provar que as patinetes são uma opção legalizada e regulamentada pelo município e pelo Contran [Conselho Nacional de Trânsito}. Temos todas as aprovações em mãos, estamos avançando com o plano para iniciar nossa operação, oferecendo uma nova alternativa de transporte sustentável e prática para os paulistanos", explica Francisco Forbes, CEO da Whoosh no Brasil".
A empresa afirma que investirá R$ 50 milhões na cidade, instalando inicialmente 1,5 mil patinetes em diversos bairros. Neste primeiro momento, os planos são de disponibilizar os equipamentos em cerca de 470 pontos de estacionamento em bairros como Itaim Bibi, Pinheiros, Jardim Paulista, Moema, Consolação, Bela Vista, Vila Mariana e Campo Belo.
A expectativa é de expandir a frota para 3.500 veículos nos próximos meses e ampliar a área de atuação. A Whoosh destaca a importância da segurança e da educação dos usuários, implementando diversas medidas como limite de velocidade, áreas restritas e campanhas de conscientização - atendendo a regulamentação municipal.
Município de São Paulo regulamentou serviço
As primeiras empresas de compartilhamento de patinetes elétricas começaram a operar no município de São Paulo sem uma regulamentação específica, em meados de 2018.
A ausência de regras claras gerou uma rápida expansão do serviço, mas também trouxe diversos problemas como estacionamento irregular, acidentes e conflitos com outros usuários da via.
A Prefeitura de São Paulo regulamentou o uso desses veículos em 2019, estabelecendo regras para a circulação e o estacionamento das patinetes.
No entanto, após um período de operação, as empresas que ofereciam o serviço de aluguel decidiram encerrar suas atividades na cidade. Dentre os motivos alegados na época estavam a falta de infraestrutura adequada, o vandalismo e a resistência de parte da população.
Regras para uso das patinetes elétricas na capital paulista
Proibição de uso em calçadas: as patinetes elétricas devem circular em ciclovias, ciclofaixas e ruas com limite de velocidade de até 40 km/h.
Uso de capacete: todos os usuários devem utilizar capacete durante a condução da patinete.
Limitação de velocidade: a velocidade máxima permitida é de 20 km/h.
Proibição de transporte de passageiros e cargas: é proibido transportar outras pessoas ou objetos nas patinetes elétricas além do próprio usuário.
Cadastro das empresas: as empresas que oferecem serviços de aluguel de patinetes devem se cadastrar na Prefeitura de São Paulo.
Acidentes são a maior preocupação
Até hoje, acidentes graves envolvendo patinetes elétricas têm sido registrados em diversas cidades do mundo.
Colisões com pedestres, ciclistas e veículos motorizados, além de quedas dos próprios usuários, são os tipos de sinistros mais comuns.
A recente morte de um músico em Porto Alegre (RS), atropelado por uma moto enquanto andava de patinete elétrica, é um exemplo da importância das preocupações com a segurança dos usuários.
Cada município onde tais veículos estão autorizados a circular, como é o caso da capital gaúcha, tem autonomia para estabelecer suas próprias regras, justamente para reduzir o risco de acidentes - que obviamente, podem acontecer mesmo com o respeito às regras.
Cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e diversas capitais europeias possuem programas de compartilhamento de patinetes elétricas em operação.
Como a regulamentação pode variar de acordo com o município, é preciso ficar atento às exigências de cada cidade para o uso legalizado das patinetes.
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