Torcedores israelenses arrancaram bandeiras e cuspiram em mulheres de véu, diz ativista
Um ativista pró-Palestina de Amsterdã, na Holanda, chamou torcedores do Maccabi Tel Aviv de "provocadores", na esteira da agressão contra israelenses após a partida entre o clube e o Ajax pela Liga Europa.
"Foi um erro deixar que milhares de hooligans de Israel viessem para Amsterdã. Essa partida não poderia ter sido jogada sabendo o quão alta era a tensão em certos bairros e sabendo o modo como essas pessoas se comportam", disse à ANSA Jesse Sep Van Aalderen, membro do grupo Pal Action Amsterdam.
"Eles [torcedores do Maccabi Tel Aviv] são provocadores. Há vídeos que os mostram arrancando bandeiras da Palestina das janelas. Eles cuspiram em mulheres que usavam o hijab [véu islâmico]", acrescentou.
A confusão acabou com pelo menos 10 israelenses feridos e dezenas de agressores detidos pela polícia.
Atos de antissemitismo, disseram autoridades
Israel enviou aviões comerciais para a Holanda nesta sexta-feira (8) para resgatar cidadãos que estavam no país para o jogo. Os atos, qualificados de antissemitismo por autoridades locais, já resultaram em 62 detenções, segundo a polícia holandesa.
As agressões ocorrem perto de uma data sensível para a comunidade judaica. Na quinta, centenas se reuniram na cidade para lembrar a Noite dos Cristais, o ataque nazista contra judeus em toda a Alemanha em novembro de 1938. As medidas de segurança haviam sido reforçadas, segundo autoridades, o que não foi suficiente.
A embaixada de Israel em Haia disse que multidões entoaram slogans anti-israelenses, "chutando, batendo, até atropelando cidadãos israelenses". "Na véspera da Noite dos Cristais —quando judeus na Alemanha nazista sofreram ataques brutais— é horrível testemunhar violência antissemita nas ruas da Europa mais uma vez", disse.
A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, disse que os torcedores do Maccabi Tel Aviv foram "atacados, abusados e atingidos com fogos de artifício", e que a polícia teve que intervir várias vezes para protegê-los e escoltá-los até os hotéis.
*Com informações da Reuters e AFP*