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Advogado de Elon Musk diz que eleitores vencedores de US$ 1 milhão não são aleatórios

Elon Musk em evento em Los Angeles - ario Anzuoni - 13.abr.24/Reuters
Elon Musk em evento em Los Angeles Imagem: ario Anzuoni - 13.abr.24/Reuters

Jack Queen;

Da Reuters

04/11/2024 14h46Atualizada em 04/11/2024 15h45

O grupo pró-Trump de Elon Musk não escolhe aleatoriamente os vencedores de seu sorteio de 1 milhão de dólares por dia para eleitores registrados, mas escolhe pessoas que seriam bons porta-vozes de sua agenda, disse um advogado do bilionário nesta segunda-feira.

O advogado de Musk, Chris Gober, tentava persuadir um juiz da Pensilvânia de que o sorteio não era uma "loteria ilegal", como alegou o promotor distrital da Filadélfia, Lawrence Krasner, em uma ação judicial que busca bloquear o concurso antes da eleição presidencial americana de terça-feira.

"Não há prêmio a ser ganho, em vez disso, os beneficiários devem cumprir obrigações contratuais para servir como porta-vozes do PAC", disse Gober na audiência perante o juiz Angelo Foglietta.

A audiência no Estado — um dos decisivos na corrida presidencial — ocorre apenas um dia antes de a vice-presidente democrata Kamala Harris e o ex-presidente republicano Donald Trump se enfrentarem em uma disputa apertada. Musk e seu comitê de ação política apoiam Trump.

Desde 19 de outubro, Musk, CEO da Tesla, tem dado um cheque de 1 milhão de dólares todos os dias a um eleitor selecionado aleatoriamente que tenha assinado sua petição de apoio à liberdade de expressão e aos direitos de armas. Musk tornou-se um apoiador declarado de Trump neste ano e promoveu o ex-presidente em sua plataforma de mídia social X.

Krasner, um democrata, processou Musk e seu comitê de ação política no tribunal estadual em 28 de outubro para tentar bloquear a oferta, que ele chamou de loteria ilegal por violar as leis estaduais de proteção ao consumidor.

Um advogado do escritório de Krasner, John Summers, chamou os comentários de Gober de "admissão total de responsabilidade".

"Acabamos de ouvir esse cara dizer que meu chefe, meu cliente, chamou isso de aleatório", disse Summers. "Prometemos às pessoas que elas participariam de um processo aleatório, mas é um processo em que pré-selecionamos as pessoas."

A oferta de Musk é limitada aos eleitores registrados nos sete Estados considerados decisivos para a eleição — Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin.

Até o momento, o America PAC de Musk concedeu prêmios de 1 milhão de dólares a 16 pessoas e disse que o prêmio final será entregue em 5 de novembro.

Em depoimento, ao ser questionado por Summers, Krasner disse que dois residentes da Pensilvânia haviam sido "enganados por suas informações" e chamou a oferta de prêmio de "fraude" com o objetivo de marketing político.

Foglietta perguntou a Summers se uma ordem bloqueando a oferta teria algum impacto, já que Musk planeja encerrá-la no dia da eleição. Summers disse que ainda havia mais um prêmio planejado para 5 de novembro e disse que não haveria nenhum dano em impedir Musk de continuar a oferta, mesmo que ele diga que vai parar.

Os dois ganhadores restantes serão do Arizona e de Michigan, diz o America PAC em seu site.

A Filadélfia é a maior cidade da Pensilvânia, um dos sete Estados que provavelmente determinarão o resultado da disputa entre Trump e Kamala. Qualquer que seja o candidato vencedor, o Estado receberá seus 19 votos eleitorais, de um total de 270 necessários para vencer.

Musk e seu America PAC tentaram levar o caso para a Justiça Federal, argumentando que o processo de Krasner levantou questões sobre direitos de liberdade de expressão e interferência eleitoral que pertencem ao tribunal federal.

Mas, na sexta-feira, o juiz distrital dos EUA Gerald Pappert, no tribunal federal da Filadélfia, disse que o caso pertencia ao tribunal estadual e, mais tarde naquele dia, Foglietta marcou uma audiência para o caso.

A doação se enquadra em uma área cinzenta da lei eleitoral, e os especialistas jurídicos se dividem ao avaliar se Musk poderia estar violando as leis federais ao realizar o pagamento a pessoas para que se registrem para votar.

O Departamento de Justiça dos EUA advertiu o America PAC que a doação poderia violar a lei federal, de acordo com relatos da mídia, mas promotores federais não tomaram nenhuma medida pública.

Até o momento, Musk doou cerca de 120 milhões de dólares para o America PAC, segundo divulgações federais.

A campanha de Trump é amplamente dependente de grupos externos para a prospecção de eleitores, o que significa que o super PAC fundado por Musk, o homem mais rico do mundo, desempenha um papel de grande importância no que se espera que seja uma eleição muito acirrada.

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