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Presidente pró-Europa Sandu vence eleições da Moldávia

Presidente reeleita da Moldávia, Maia Sandu - Daniel MIHAILESCU / AFP
Presidente reeleita da Moldávia, Maia Sandu Imagem: Daniel MIHAILESCU / AFP

03/11/2024 15h14

A presidente pró-europeia Maia Sandu venceu as eleições de domingo (3) na Moldávia contra o candidato da oposição, Alexandre Stoianoglo, apoiado pelos socialistas pró-Rússia, ao final de uma eleição marcada pelo temor de interferência russa.

Com quase todas as urnas apuradas, a presidente de 52 anos obteve 54,94% dos votos, contra 45,06% de Stoianoglo, ex-procurador de 57 anos, anunciou a Comissão Eleitoral.

"Moldávia, você é vitoriosa! Hoje, queridos moldavos, deram uma lição de democracia digna de figurar nos livros de História. Hoje, vocês salvaram a Moldávia!", declarou Sandu em um discurso na sua sede de campanha.

Após o anúncio dos resultados, Sandu recebeu felicitações da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que expressou sua felicidade em "continuar trabalhando com você por um futuro europeu para a Moldávia e seu povo".

O presidente francês, Emmanuel Macron, também celebrou que a "democracia" tenha "triunfado diante de todas as interferências e manobras".

Analistas previram uma disputa acirrada neste pequeno país de 2,6 milhões de habitantes, semelhante à observada na semana passada nas eleições legislativas na Geórgia, outra ex-república soviética, onde o partido governante venceu por pequena margem.

- Temor de interferência russa -

Durante todo o dia, as autoridades denunciaram "provocações e tentativas de desestabilização".

A polícia afirmou que estava investigando uma suposta provisão de "transporte organizado" por parte da Rússia para Belarus, Azerbaijão e Turquia, para permitir que eleitores residentes em seu território fossem votar em consulados ou embaixadas moldavas nesses países.

Além disso, segundo a mesma fonte, houve ciberataques e falsos alertas de bomba durante a votação no exterior.

A chefe de Estado em fim de mandato, primeira mulher a ocupar a presidência em 2020 desse país situado entre a Otan e a esfera de influência russa, distanciou-se do presidente russo, Vladimir Putin, após a invasão da vizinha Ucrânia em 2022.

Sandu, economista de formação, liderou com ampla vantagem o primeiro turno das eleições presidenciais, realizado em 20 de outubro, mas seu adversário Stoianoglo contou com o apoio de vários candidatos menores.

Neste domingo, a taxa de participação foi notavelmente mais alta que no primeiro turno.

Há duas semanas, no referendo sobre a inclusão na Constituição moldava do projeto de adesão à União Europeia (UE), o "sim" venceu com apenas 50,35% dos votos.

A situação atribuiu a vitória apertada à compra maciça de votos e, para evitar que isto volte a ocorrer neste domingo, intensificou a campanha nas redes sociais e nos povoados.

Stoianoglo, por sua vez, fez campanha com uma linguagem sem arestas e um vocabulário no qual palavras russas se misturam à língua oficial romena.

Ele negou "ter relações com o Kremlin" ou qualquer envolvimento "em fraudes eleitorais". 

Após votar, acompanhado da mulher e da filha, ele disse que buscava um país "que não peça esmola, mas que desenvolva relações harmoniosas tanto com o leste quanto com o oeste". 

- "Um preço alto" -

Esta ex-república soviética, independente desde 1991, está polarizada.

Em Chisinau e na diáspora predominam os apoiadores da causa europeia; enquanto nas zonas rurais, assim como na região separatista da Transnístria e na região autônoma de Gagaúzia, os pró-russos são maioria.

Natalia Grajdeanu, uma cerimonialista de 45 anos, viajou da Irlanda, onde vive. "Somos um país pequeno com um grande coração e queremos que a Europa seja nossa casa", declarou à AFP na capital.

Grigore Gritcan, um aposentado da Transnistria, disse defender "mais liberdade e uma verdadeira paz", em um contexto em que "as pessoas não têm o que comer nem trabalho".

A eleição foi acompanhada com atenção pela UE e pelos Estados Unidos, preocupados com a possibilidade de interferência russa.

A Moldávia está "pagando um preço alto" por sua decisão de cortar laços com a Rússia, ressalta o especialista do WatchDog.

"A pressão é enorme e o dinheiro gasto nestas atividades desestabilizadoras é colossal", acrescentou.

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© Agence France-Presse

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