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União negocia apoio a Motta e sinaliza desistência da candidatura de Elmar

Elmar Nascimento foi obrigado pelo próprio partido a desistir de candidatura a presidente da Câmara - Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
Elmar Nascimento foi obrigado pelo próprio partido a desistir de candidatura a presidente da Câmara Imagem: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
do UOL

Do UOL, em Brasília

31/10/2024 12h16Atualizada em 31/10/2024 13h53

O União Brasil abriu conversas para apoiar o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) na eleição para presidente da Câmara. A situação indica desembarque da candidatura do líder do partido, deputado Elmar Nascimento (União-BA).

O que aconteceu

Elmar sofreu dois revezes significativos em sua tentativa de presidir a Câmara. A indicação de abandono do próprio partido ocorre depois de PP, Podemos, PT, MDB, PL e PCdoB anunciarem acordos com Motta. Isto significa 320 votos, número superior aos 257 necessários para ganhar no primeiro turno.

Percebendo a inviabilidade de Elmar, os deputados do União forçam o fim de sua candidatura. Eles estão interessados em participar do bloco que deve ganhar a disputar para participarem da distribuição de cargos na Mesa Diretora, o que permite exercer influência sobre a Câmara.

As negociações com Motta já começaram. Houve uma ligação na manhã de hoje e encontros foram marcados. O processo será conduzido por Elmar, o presidente do União, Antônio Rueda, e o vice-presidente do partido, ACM Neto.

Haverá reuniões com o PSD. Elmar tinha um acordo de apoio com o deputado Antônio Brito (PSD-BA), que também concorria a presidência da Câmara. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, também será consultado.

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Elmar Nascimento (de boné, à frente) reuniu Lira e amigos em camarote em Salvador
Imagem: Reprodução

Traição de Arthur Lira

Elmar era considerado candidato de Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara. Principal cabo eleitoral da eleição, ele gravou vídeo com o candidato do União que seria distribuído na sequência do anúncio da campanha. Este dia nunca chegou.

Lira foi adiando a divulgação do acordo até que trocou de candidato. Hugo Motta foi indicado pelo Republicanos, que antes tinha outro nome. A substituição contou com o aval do atual presidente da Câmara.

A relação de Elmar com Lira azedou. Ele não esconde a mágoa com o abandono de um aliado bastante próximo que se dizia seu amigo. Ambos viajavam juntos, participavam de churrascos e até se encontraram no Carnaval.

Elmar tentou manter a candidatura. Firmou parceria com outro candidato, Antônio Brito (PSD-BA). Quem obtivesse mais votos receberia o apoio do outros no futuro. Ambos acabaram ficando com chances remotas.

O processo que levou ao esvaziamento da candidatura de Elmar causou uma divisão no centrão. O União e o PSD têm 104 deputados, e os dois partidos se opuseram ao bloco costurado por Motta e alinhado com Lira.

A adesão do União a Motta mostra uma reunificação do centrão. O bloco deve continuar no comando da Câmara, embora o favorito a ser próximo presidente tenha se comprometido com o PT a manter a governabilidade.

k, - Lucas Neiva/Congresso em Foco - Lucas Neiva/Congresso em Foco
Hugo Motta (atrás) acompanha o líder do PT anunciar apoio do partido a ele
Imagem: Lucas Neiva/Congresso em Foco

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