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Kamala e Trump cortejam votos latinos em Nevada, um dos Estados cruciais na eleição dos EUA

31/10/2024 08h50

Por Jeff Mason e Steve Holland

MADISON, Estados Unidos (Reuters) - A candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, e seu rival republicano, Donald Trump, vão cortejar os eleitores hispânicos em suas viagens a Nevada nesta quinta-feira, o menor dos sete Estados que devem desempenhar um papel decisivo nas eleições presidenciais de terça-feira nos EUA.

Os hispânicos representam cerca de 30% da população de Nevada e os eleitores hispânicos têm sido tradicionalmente uma área de força para os democratas. O ex-presidente Trump, no entanto, vem ganhando terreno na população latina dos EUA, que é nacional e religiosamente diversificada.

Em nível nacional, Trump teve o apoio de 38% dos eleitores hispânicos registrados em uma série de pesquisas Reuters/Ipsos realizadas este mês, contra 32% no mesmo período em 2020. A parcela de eleitores hispânicos que apoiam Kamala era de 50%, em comparação com os 54% do atual presidente, o democrata Joe Biden, em outubro de 2020.

A cantora Jennifer Lopez discursará em um comício de Kamala em Las Vegas, onde a banda mexicana de pop rock Maná se apresentará, enquanto Trump fará um comício em Henderson, que tem uma população de mais de 330.000 pessoas.

O evento de Trump será no Lee's Family Forum, sede do time de hóquei no gelo Henderson Silver Knights. O comício e o show de Kamala fazem parte de uma série de eventos "When We Vote We Win" (quando votamos, vencemos) para ajudar a mobilizar apoio. Ela também estará em Reno.

Um comício de Trump no domingo, em Nova York, provocou protestos depois que o comediante Tony Hinchcliffe chamou Porto Rico de "ilha flutuante de lixo", atraindo críticas de vários hispano-americanos de destaque.

O cantor Nicky Jam apoiou Trump em setembro, mas na quarta-feira retirou seu apoio. "Porto Rico deve ser respeitado", disse ele em um vídeo postado no Instagram.

A campanha de Trump disse que a piada não refletia suas opiniões e tentou se distanciar dos comentários.

"Não sei quem ele é... Não sei nada sobre ele", disse Trump em Green Bay, Wisconsin, na quarta-feira. "Eu amo Porto Rico e Porto Rico me ama."

Trump também disse que um comentário de Biden no qual o presidente pareceu descrever alguns apoiadores de Trump como "lixo" revelou o desdém que os líderes democratas sentem por seus apoiadores. Kamala tentou limitar os danos.

"Serei uma presidente para todos os americanos", disse ela.

VOTAÇÃO EM ANDAMENTO

Mais de 59 milhões de norte-americanos já votaram, de acordo com o Election Lab da Universidade da Flórida.

Kamala, que será a primeira mulher presidente se vencer a eleição, e Trump, que busca retornar ao cargo após seu mandato entre 2017 e 2021, divergem sobre o apoio à Ucrânia e à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), tarifas que poderiam desencadear guerras comerciais, direito ao aborto, impostos e princípios democráticos básicos.

Em Nevada, os republicanos têm uma liderança "robusta" até o momento, de acordo com o comentarista político Jon Ralston, que publicou que quase 40% dos eleitores registrados lá já votaram.

Nevada fez mudanças para acelerar sua contagem depois que seus resultados saíram lentamente em 2020, com os meios de comunicação não projetando a vitória no Estado para Biden até cinco dias após o dia da eleição.

Este ano, qualquer cédula enviada pelo correio até 5 de novembro ainda será contada se chegar dentro de quatro dias.

Na quinta-feira, Trump também viajará para o Novo México, uma parada que reflete um esforço tardio para tentar "expandir o mapa" e ganhar Estados que estavam fora de alcance para ele em 2020, disse um assessor de Trump.

Kamala e seu companheiro de chapa, Tim Walz, também estarão na quinta-feira em Phoenix, Arizona, outro Estado que ambas as campanhas estão disputando ferozmente.

(Reportagem de Jeff Mason, em Madison, e Steve Holland, em Palm Beach; Reportagem adicional de Alexandra Ulmer)

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