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Venezuela convoca embaixador em Brasília para consultas após veto no Brics

30/10/2024 13h30

O governo venezuelano informou, nesta quarta-feira (30), que convocou seu embaixador no Brasil para consultas, em meio à crise desencadeada pelo veto brasileiro ao acesso da Venezuela ao Brics e aos questionamentos sobre a reeleição do presidente Nicolás Maduro em julho. 

"Informa-se à comunidade nacional e internacional que, seguindo instruções do presidente Nicolás Maduro Moros, foi decidido convocar imediatamente o embaixador Manuel Vadell para consultas", diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores venezuelano. 

"Denunciamos o comportamento irracional dos diplomatas brasileiros que, contrariando a aprovação dos demais membros dos Brics, assumiram uma política de bloqueio", acrescenta o texto, indicando também que o encarregado de negócios do Brasil em Caracas foi convocado.

O comunicado reforçou, ainda, o "mais firme repúdio às declarações intervencionistas e grosseiras de porta-vozes autorizados pelo governo brasileiro", com ênfase no ex-chanceler Celso Amorim, assessor de política exterior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nos últimos dias, Amorim explicou que o veto brasileiro à entrada da Venezuela no Brics ocorreu devido a uma "quebra de confiança" pela falta de transparência no processo de apuração dos votos nas eleições presidenciais no país vizinho, as quais a oposição assegura ter vencido.

O Brasil não reconheceu a reeleição de Maduro em 28 de julho, assim como Estados Unidos, União Europeia e boa parte dos países latino-americanos.

Na segunda-feira passada, Maduro pediu a Lula - um antigo aliado desde os tempos de seu antecessor, Hugo Chávez - que se pronunciasse sobre o veto.

Na terça-feira, Amorim disse perante o Congresso brasileiro que a Venezuela reagiu de forma "desproporcional" ao veto.

O bloco do Brics surgiu em 2009 com quatro membros - Brasil, Rússia, Índia e China -, aos quais se somou a África do Sul em 2011, e se expandiu mais recentemente com a entrada de Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.

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© Agence France-Presse

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